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Terremoto amplia vulnerabilidade de mulheres e crianças no Haiti

Mais de dez dias se passaram desde o poderoso terremoto que devastou o sudoeste do Haiti e deixou mais 2.200 mortos. Milhares de casas foram danificadas ou completamente destruídas. Sem moradia e dormindo nas ruas, as mulheres atingidas pelo desastre enfrentam a ameaça de estupro.

Fila de mulheres para a distribuição de alimentos em Cayes, no sul do Haiti, após o terremoto de 14 de agosto de 2021.
Fila de mulheres para a distribuição de alimentos em Cayes, no sul do Haiti, após o terremoto de 14 de agosto de 2021. AFP - REGINALD LOUISSAINT JR
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Por Amélie Baron, enviada especial da RFI à cidade de Cayes

“Não temos segurança aqui. É um terreno público e qualquer tipo de pessoa pode entrar!” No campo de futebol da cidade de Cayes (sul), chamado de “Gabions”, Vesta Guerrier vive com medo. Já traumatizada pelo terremoto que destruiu sua casa, hoje ela teme ser agredida sexualmente.

"Sim, estamos com medo, mas temos que ficar aqui porque não temos para onde ir. Nossas casas foram destruídas. Tudo pode acontecer conosco, estou lhe dizendo, tudo. Todas nós, meninas e mulheres que estamos neste terreno, estamos sofrendo muito. Quando nos lavamos, cobrimos nossos corpos e derramamos água em nossas roupas. A gente consegue tomar banho assim”, testemunha Vesta.

“Eu me lavo depois do pôr do sol, apesar disso, pode haver uma luz que se dirige sobre mim e fico sem saber se é alguém que vive conosco aqui ou se é alguém de fora que vem para fazer o que quer porque, aqui, qualquer um pode entrar", conta assustada.

Ao ouvir trechos do relato de Vesta Guerrier, dois jovens que afirmam ser membros do comitê de administração do campo garantem que ela está errada, que há segurança no local. Mas, longe desses líderes autodeclarados, várias mulheres atingidas pelo desastre que estão no campo de Gabions revelam o mesmo medo de serem estupradas ou atacadas.

Situação das crianças também preocupa

As autoridades haitianas são contrárias ao agrupamento de sobreviventes em terrenos ao ar livre, mas acampamentos informais se formaram em todas as áreas atingidas pelo terremoto. Nesses locais, outra preocupação é com os menores, muitos deles desacompanhados. Para não deixar as crianças ociosas, algumas pessoas como o pastor Milfort Roosevelt, de Les Cayes, tentam criar atividades que proporcionam aos menores uma certa normalidade.

A reportagem da RFI perguntou às crianças como elas vivenciaram o terremoto. Algumas ficaram feridas na destruição, outras correram tanto que se perderam dos pais.

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