Angola : PGR confirma que ex-militares foram assassinados por agentes da polícia e do SINSE
A revelação do nome dos suspeitos foi feita pelo PGR adjunto, Beato Paulo. Quatro pessoas estão detidas e indiciadas da prática de crimes de homicídio voluntário.
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O nome dos suspeitos da morte dos ex-militares Alves Kamulingue e Isaías Cassule foi revelado pelo procurador-geral adjunto angolano, Beato Paulo. As suas declarações confirmam a alegada responsabilidade de agentes da Polícia Nacional e do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE).
Em entrevista ao diário Jornal de Angola, o PGR adjunto indicou que "estão detidos em prisão preventiva quatro arguidos: Júnior Maurício, Francisco Pimentel Daniel, Augusto Mota e João Fragoso, pertencentes à Polícia Nacional e ao SINSE. Estão indiciados da prática de crimes de homicídio voluntário".
William Tonet, director do semanário Folha Oito, em Angola, mostra-se céptico quanto ao avanço das investigações e denuncia que "assassinar inocentes e indefesos" faz parte da cultura institucional" de Angola.
Wiliam Tonet, director do semanário angolano "Folha 8"
Alves Kamulingue e Isaías Cassule foram raptados e mortos em 2012, em Luanda, quando preparavam uma manifestação de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos. O anúncio de quatro detenções tinha sido feito pela PGR de Angola, em comunicado, a 13 de novembro. Dois dias depois, o chefe do SINSE, Sebastião Martins, foi demitido. Estas mortes estiveram na origem das manifestações antigovernamentais de 23 de Novembro.
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