Secretário executivo da CPLP em visita na Guiné Equatorial
O Moçambicano Murade Murargy, Secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) efectua uma deslocação desde o final da semana passada na Guiné Equatorial, país candidato à adesão à organização Lusófona.
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A Guiné Equatorial, nação dirigida desde 1979 por Teodoro Obiang, é regularmente apontada como sendo uma das mais brutais e repressivas ditaduras do continente Africano. Além do desrespeito pelos Direitos Humanos, a Guiné Equatorial é igualmente colocada em questão pela extrema pobreza em que é mantida boa parte da sua população, apesar da forte produção petrolífera desse país que é o terceiro produtor de ouro negro a nível da África Subsariana.
Embora as Línguas oficiais da Guiné Equatorial tenham sido até a uma época recente o Espanhol e o Francês, o Presidente desse país, Teodoro Obiang, anunciou em Julho de 2007 a decisão governamental de adoptar o Português como terceira Língua do país de modo a tornar-se membro de pleno direito da CPLP. Dotada do estatuto de país observador desde 2006, a Guiné Equatorial depositou o seu pedido formal de adesão em 2010, esta candidatura não tendo deixado de encontrar alguma oposição já que a sua análise foi adiada duas vezes, nomeadamente na última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP em Julho de 2012 em Maputo.
Os tempos todavia parecem ser outros, o Secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, deu conta de "progressos" há alguns dias, no quadro da sua deslocação a Malabo. Ainda antes de se avistar esta segunda-feira com o executivo do país, o responsável da CPLP considerou que a Guiné Equatorial tem demonstrado "uma abertura grande" e "deve sair do isolamento". Esta não é contudo a opinião de um colectivo de organizações da sociedade civil dos países membros da CPLP que se uniram contra a adesão da Guiné-Equatorial. Hortênsio Lopes, Presidente do CEMO, Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais, interpreta a visita de Murade Murargy àquele país como um sinal de aproximação.
Hortênsio Lopes
No quadro da sua visita à Guiné Equatorial, o Secretário executivo da CPLP anunciou igualmente que este país vai abrir uma embaixada em Lisboa "dentro de um mês". Do ponto de vista de Hortênsio Lopes, isto é o indício de uma inflexão de Portugal neste dossier à qual questões económicas poderiam não estar alheias.
Hortênsio Lopes
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