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Líbia

Seis mil refugiados por dia deixam a Líbia, desesperados

A Tunísia e o Egipto estão a receber diariamente cerca de seis mil refugiados da Líbia, disse ontem António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Campo de refugiados em Ras Jdir, na fronteira entre a Líbia e a Tunísia, dia 6 de Março de 2011.
Campo de refugiados em Ras Jdir, na fronteira entre a Líbia e a Tunísia, dia 6 de Março de 2011. Reuters/Zohra Bensemra
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“Continuamos a ter cerca de três mil pessoas por dia que chegam à Tunísia e, porventura, um número muito semelhante ao Egipto”, além de alguns refugiados para outros países, designadamente para a Argélia e para o Níger, afirmou António Guterres, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia de atribuição, pela Universidade de Coimbra, do título de ‘doutor honris causa’, a Amartya Sen, Nobel da Economia em 1998.

Os últimos dias “testemunharam uma agudização” dos conflitos e da violência na Líbia, provocando “um número de vítimas de que temos apenas uma ideia aproximada”, acrescentou António Guterres, lembrando que a ACNUR ainda não conseguiu “aceder ao interior do país”, onde a agência possui apenas um pequeno escritório, em Tripoli, com “funcionários locais, que estão a trabalhar com enormes dificuldades”.

Embora não possa entrar na Líbia, a ACNUR tem recebido testemunhos, que, com aquilo que tem relatado a comunicação social, dão uma ideia da situação “terrível” que se vive no país, sublinha António Guterres.

A ACNUR tem “recebido telefonemas verdadeiramente desesperados”, que permitem que possamos imaginar o que se passa, afirma António Guterres, salientando contactos de “pessoas africanas, que se sentem presas, que têm medo de sair à rua”, receando serem “confundidas com mercenários”.

Vivem-se, na Líbia, situações verdadeiramente “angustiantes e desesperadas, que nos chegam e revelam o grau de sofrimento que se está a assistir no interior do país”.

00:59

António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em declarações à agência Lusa

A ilha italiana de Lampedusa tem sido a porta de entrada na Europa para várias imigrantes, vindos do Norte de Africa, que fogem à instabilidade politica e social na Líbia, mas também na Tunísia e no Egipto.

Marine Le Pen, a líder do partido francês de extrema direita, Frente Nacional, em alta nas últimas sondagens, que a colocam como a próxima presidente em França, desloca-se hoje a Lampedusa.

Marine Le Pen deverá juntar-se às intenções italianas para impedir que estes fluxos migratórios entrem na Europa.

Ouvimos a análise de Pascal de Lima, politólogo, a esta visita de Marine Le Pen a Lampedusa.

01:33

Pascal de Lima, entrevistado por Cristiana Soares

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