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Cedeao está 'pronta' para intervir no Níger sem desmantelar a via diplomática

Os países da África Ocidental garantiram ainda sexta-feira (18) que estão "prontos" para intervir militarmente no Níger e marcaram data para agir. Neste sábado (19), uma delegação, incluindo o Presidente da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), o nigeriano Bola Tinubu, viajou para Niamey para se reunir com a junta, disse uma fonte da Cedeao à Reuters.

Reunião extraordinária da Cedeao em Acra, capital do Gana, acontece desde 17 de agosto de 2023.
Reunião extraordinária da Cedeao em Acra, capital do Gana, acontece desde 17 de agosto de 2023. AFP - GERARD NARTEY
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A delegação foi recebida no aeroporto de Niamey pelo Primeiro-Ministro nomeado pela junta e deverá reunir-se com autoridades autoproclamadas após o golpe estado militar de 26 de julho que derrubou o presidente do Níger Mohamed Bazoum, agora sequestrado., disse a fonte.

A junta não fez comentários imediatos. Mas funcionários da Cedeao, desde quinta-feira (17) em Acra, capital do Gana, estão tentando encontrar esforços diplomáticos para responder à crise causada pelos chefes militares. O encontro permitiu acordar os "objetivos estratégicos, os equipamentos necessários e o empenho dos Estados-membros" para a eventual intervenção, explicou Musah.

"Estamos prontos para intervir desde o momento em que a ordem for dada. O dia da intervenção também está marcado", sem revelar a data, disse o Comissário para Assuntos Políticos, Paz e Segurança da Cedeao, Abdel-Fatau Musah. “Estamos dispostos a resolver o problema pacificamente, mas para dançar o tango são precisos dois”, insistiu Musah.

As missões anteriores da Cedeao não foram bem recebidas pelo novo homem forte do país, general Abdourahamane Tiani. O novo regime considera que qualquer intervenção militar contra o seu país constituiria uma “agressão ilegal e sem sentido” e prometeu uma “resposta imediata” a qualquer ofensiva.

Em entrevista à Eva Massy da RFI, Leonardo Simão, representante do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Africa Ocidental e o Sahel e enviado especial a Niamey, insistiu que a crise política que se vive no Níger deve passar pela via pacífica e diplomática. 

"Nós nos entendemos bem com eles, eles compreendem a nossa preocupação, portanto o diálogo é fluido. O ambiente de trabalho é também cordial", conta Simão, que acredita que as autoridades do Níger mostraram "abertura" para negociação.

Questionado sobre o papel da ONU no processo de mediação, Leonardo Simão avança que as Nações Unidas não agem de forma isolada e perseguem o mesmo objetivo de paz que a Cedeao.

"O Níger é membro da União Africana, é membro da Cedeao, é membro das Nações Unidas. Qualquer uma destas organizações tem liberdade para ajudar o país a sair da crise. É legítima a organização de cada uma destas organizações", segundo o diplomata.

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