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Confrontos no Senegal deixam mortos após condenação de opositor político

Somente nas últimas horas, nove pessoas morreram no Senegal em confrontos entre partidários de Usmane Sonko, pré-candidato à presidência do país, e a polícia. As tensões começaram após o opositor ao governo ter sido condenado, na quinta-feira (1º), a dois anos de prisão por corrupção de menor. A condenação impede que ele se candidate às eleições de 2024.

Nove pessoas foram mortas no Senegal na quinta-feira em confrontos com a polícia que eclodiram depois que o político da oposição, Ousmane Sonko, foi condenado a dois anos de prisão.
Nove pessoas foram mortas no Senegal na quinta-feira em confrontos com a polícia que eclodiram depois que o político da oposição, Ousmane Sonko, foi condenado a dois anos de prisão. AP - Leo Correa
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Com informações da correspondente da RFI em Dacar, Charlote Idrague, Juliette Dubois e Théa Ollivier

Mesmo tendo escapado da acusação de estupro, Ousmane Sonko acabou sendo condenado por "corrupção de menor". O Tribunal senegalês também condenou a dois anos de prisão por incitação a perversão Ndèye Khady Ndiaye, a proprietária do salão de beleza onde trabalhava a jovem Adji Sarr, que acusou Ousmane Sonko de estupro.

Depois do anúncio da condenação, confrontos começaram a explodir em diversas cidades do país, convocados pelo partido de Sonko. Os manifestantes se dirigiram a diferentes bairros de Dacar como Ngor, Ouakam, Yoff, Camberene e a Medina.

Carros e pneus foram queimados, pedras foram arremessadas e a polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. A Universidade de Cheikh Anta Diop virou um campo de batalha. Estradas foram bloqueadas, o tráfego do trem ligando Dacar aos subúrbios também foi interrompido e vários ônibus foram alvejados.

O balanço até o início da tarde desta sexta-feira é de nove mortos, confirmou o ministro do Interior, Antoine Félix Diome, em um comunicado na televisão. As vítimas são de Dacar e Ziguinchor, no sul do país, cidade da qual Ousmane Sonko é prefeito. "Notamos com pesar a violência que levou à destruição de bens públicos e privados e, infelizmente, nove mortes em Dakar e Ziguinchor", disse Diome.

"Processo político"

Sonko é o principal opositor do presidente senegalês Macky Sall. Para os correligionários, a acusação é um processo político para impedir o opositor de se candidatar.

"Isso não vai parar. É uma pena”, diz a senegalesa Aicha, que vê com pessimismo a situação. “A gente não pode dizer que o presidente não fez nada pelo Senegal. Ele construiu muitas estradas, pontes. Mas isso tudo não vai servir para nada porque os jovens não vão recuar. Ele tem de organizar as eleições com todos os candidatos. Nós queremos poder votar em quem a gente bem entender," explica.

Na noite de quinta-feira, o acesso a redes sociais e serviços de mensagens, como o WhatsApp, foi restringido para muitos internautas senegaleses. Por medida de segurança, o governo de Dacar prorrogou a proibição de circular nas ruas com motos até sábado à meia-noite.

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