Em reunião, França negocia redução de missão contra o terrorismo nos países do Sahel
A França se reúne com os representantes de cinco países do Sahel (Mauritânia, Burkina Faso, Mali, Níger e Chade) nesta segunda-feira (15), em N'Djamena, capital do Chade, para fazer um balanço do combate aos jihadistas na região.
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A França espera que seus aliados assegurem a gestão militar e política na área, para reduzir o engajamento de Paris, que já completou oito anos. O presidente francês, Emmanuel Macron, participará por videoconferência do encontro.
A cúpula vai durar dois dias e terá a participação de outros parceiros internacionais, um ano depois do encontro em Pau, no sudoeste na França, que resultou em um reforço militar na zona das três fronteiras e no envio de 600 soldados franceses. As tropas, no total, contam atualmente com 5.100 combatentes.
A situação continua instável mais de oito depois do início da crise de segurança, que se estende na região apesar da atuação militar francesa. Os ataques são frequentes, contra alvos militares e civis, as principais vítimas do conflito. Por conta dos conflitos, o Sahel já conta com mais de dois milhões de deslocados.
Segundo o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, é hora de agir no campo diplomático, político e do desenvolvimento. As forças armadas francesas garantem que as ações militares enfraqueceram a organização Estado Islâmico, após a morte de vários chefes da Al-Qaeda do Magreb Islâmico (Aqmi) – ambas são aliadas na região. O número de ataques diminuiu em 2020, mas as organizações continuam ativas.
Custo humano
Os custos humano e financeiro da guerra começam a pesar para a França, que já perdeu 50 soldados nos combates desde 2013. Para o governo francês, seus parceiros fizeram poucos esforços no campo político, a exemplo do Mali, para aplicar um acordo de paz assinado com os rebeldes do norte ou favorecer o retorno dos professores e médicos para suas localidades.
O governo francês alega que é hora dos países passarem à ação, aproveitando o espaço deixado pelo sucesso militar. No Mali, as autoridades insistem na ncessidade de um diálogo com os chefes jihadistas locais, Iyad Ag Ghaly et Amadou Koufa. Esta hipótese é descartada por Paris. A cúpula também marca a transição do controle do Grupo G5 de Sahel pelo Chade, dois meses antes das eleições presidenciais, marcadas pelo favoritismo do presidente do país, Idriss Déby Itno, que está no poder há 30 anos.
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