Líder talibã comemora ataques e confirma discussões com EUA
O mulá Omar, chefe dos talibãs, comemorou o sucesso da rebelião afegã e confirmou ter iniciado negociações com os americanos, em uma mensagem publicada nesta sexta-feira por ocasião da festa muçulmana de Aid el Fitr que marca o fim do jejum do ramadã.
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O líder talibã, que raramente se exprime, festejou os avanços registrados por seus comandados durante ofensivas recentes que, segundo ele, permitiram aos talibãs atingir todas as regiões do Afeganistão e de colocar na defensiva as forças governamentais afegãs e seus aliados da Otan.
O mulá Omar, em fuga desde a queda de seu regime no final de 2001 e que muitos afirmam estar refugiado no Paquistão, reivindica na mensagem a série de ataques violentos contra soldados ou policiais afegãos e militares da Otan. Segundo o líder, os atentados são resultado da forte infiltração dos talibãs no país.
Os ataques, que se multiplicaram no último ano, provocaram a morte de 39 militares ocidentais em 2012, entre eles dois soldados americanos na manhã desta sexta-feira.
A força internacional da Otan no Afeganistão (Isaf), que conta com cerca de 130 mil homens, a grande maioria americanos, admite que o número de ataques cresceu nos últimos meses no país. No entanto, a Isaf minimiza a importância da presença dos talibãs.
Negociações
Em sua mensagem de sete páginas, o mulá Omar explica que o início das negociações com os Estados Unidos “não significa absolutamente uma submissão ou o abandono dos nossos objetivos”.
Os talibãs sempre se recusaram a discutir com o governo do presidente Hamid Karzaï, que eles consideram ilegítimo. O chefe dos talibãs lembrou que as discussões preliminares com os americanos, que visam principalmente a troca de prisioneiros, foram suspensas no início do ano.
Os insurgentes aguardam principalmente a libertação de cinco combatentes talibãs detidos na base militar de Guantânamo. Como sinal de que pensa sobre a situação que vai prevalecer no país após a retirada dos Ocidentais, em 2014, o mulá anuncia que os talibãs “vão se esforçar para entrar em acordo com outras facções afegãs após a retirada dos invasores”.
A Isaf prevê a retira total do contingente no Afeganistão até o final de 2014 mas os Estados Unidos pretendem manter algumas tropas no país depois dessa data.
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