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Síria/violência

Cruz Vermelha deve entrar em Homs nesta sexta-feira

As forças do regime de Bachar al-Assad tomaram a cidade de Homs nesta quinta-feira, depois de um cerco de 26 dias. A maior parte dos opositores se retirou do bairro de Bab Amro, reduto rebelde, segundo representantes do CNS (Conselho Nacional Sírio), que diz temer um ‘massacre.’ A Síria autorizou a entrada da Cruz Vermelha nesta sexta-feira.  

Rebeldes sírios em Homs nesta quinta-feira, 29 de fevereiro 2012.
Rebeldes sírios em Homs nesta quinta-feira, 29 de fevereiro 2012. REUTERS/Stringer
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A Cruz Vermelha e a organização síria CRAS devem chegar a Homs nesta sexta-feira para a retirada dos feridos. De acordo com Hicham Hassan, porta-voz da Cruz Vermelha, as organizações receberam também indicações ‘positivas’ das autoridades sírias para possível uma trégua humanitária de duas horas por dia, que vem sendo reinvidicada desde 21 de fevereiro.

As organizações de direitos humanos estimam que pelo menos 4 mil civis, entre homens, mulheres e crianças, além de jornalistas, estão no bairro que foi destruído pelos intensos bombardeios. A neve dificultou o avanço dos soldados de Bachar al-Assad, que lançaram uma ofensiva terrestre final nesta quarta-feira no bairro de Baba Amro, onde a situação é trágica : falta eletricidade, água e comida. O Conselho de Segurança da ONU pediu um acesso imediato à região.

De acordo com o CNS (Conselho Nacional Sírio), apenas alguns combatentes continuam na cidade. Eles não reconhecem a derrota, e afirmam que a retirada dos rebeldes foi estratégica. As tropas do regime retomaram os ataques na manhã desta quinta-feira, apesar do apelo da comunidade internacional por um cessar fogo.

Depois de tomar a cidade, os soldados de Bachar al-Assad revistaram todas as casas do bairro procurando por insurgentes. Segundo os opositores, os combates deixaram 17 mortos entre os rebeldes. A jornalista francesa Edith Bouvier e o fotógrafo William Daniels estariam protegidos ‘em um local seguro’, segundo representantes do CNS.

A repressão do governo de Bachar al-Assad já deixou 7500 mortos, segundo as organizações internacionais. Mas apesar da violência, o regime ainda beneficia do apoio da Rússia e da China, que votaram contra a adoção de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU. Nesta quinta-feira, em Genebra, o Conselho de Direitos Humanos da organização adotou um texto que condena a violência e exige o fim dos bombardeios contra civis, mas russos e chineses foram novamente contrários ao documento.

Em Paris, a oposição síria anunciou nesta quinta-feira a formação de um conselho militar encarregado de organizar e coordenar a rebelião. Já Kofi Annan, emissário especial das Nações Unidas e da Liga Arabe, disse nesta quinta-feira que em breve viajaria à Síria para tentar obter a cooperação de Bachar al-Assad.

Paralelamente, nesta quinta-feira, a Grã-Bretanha anunciou a retirada de seu corpo diplomático da Síria e a suspensão das atividades da embaixada, por motivos de segurança. A Suíça também anunciou o fechamento definitivo de sua representação. Em uma entrevista à imprensa, o secretário geral da Liga Árabe, Nabil Elarabi, reiterou ser contrário a uma intervenção armada no país. Os países do Golfo defendem a distribuição de armas para a oposição.
 

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