Europeus vivendo no Reino Unido não votarão em referendo sobre saída da UE

O governo do premiê conservador britânico David Cameron continua demonstrando sua disposição em fechar o cerco aos estrangeiros que vivem no país, inclusive os que vêm dos países vizinhos. A prova foi o novo comunicado de Cameron nesta segunda-feira (25), afirmando que os europeus que vivem no país não poderão dar a sua opinião no referendo que deve ser realizado em 2016.

O primeiro-ministro David Cameron vai apresentar sua proposta de referendo ao Parlamento na quarta-feira, 27 de maio de 2015. REUTERS/Ints Kalnins

O comunicado do primeiro-ministro David Cameron indica que as listas eleitorais para o referendo seguirão o mesmo modelo das recentes eleições legislativas, em que a maior parte dos cidadãos de outros países do bloco europeu não pôde votar. Serão chamados às urnas somente os cidadãos do Commonwealth - grupo de 53 ex-colônias britânicas, inclusive Malta e Chipre - que integram a União Europeia. "Pronunciar-se sobre a questão de integrarmos ou não a União Europeia é uma grande decisão que compromete o futuro do Reino Unido. Por isto, pensamos que é importante que a decisão seja tomada pelos cidadãos britânicos, irlandeses e do Commonwealth",  observou uma fonte governamental.

Reformas

David Cameron tem como uma de suas prioridades a organização do referendo em que a população será consultada se quer que o Reino Unido permaneça ou saia da União Europeia. As modalidades da iniciativa devem ser apresentadas ao Parlamento britânico na próxima quarta-feira (28).

Mas antes do referendo, ele se comprometeu a conseguir reformas na União Europeia ligadas à questões como imigração, ajudas sociais e a possibilidade de se recusar uma maior integração europeia.

Cameron lançou nesta semana uma campanha diplomática junto a altos responsáveis do bloco. Na noite desta segunda-feira ele encontra o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para falar sobre o futuro referendo. Nas próximas quinta-feira (28) e sexta-feira (29), ele percorre diversas capitais europeias para convencer dirigentes a apoiarem as reformas desejadas. Dinamarca, Holanda, França, Polônia e Alemanha são os países que serão visitados por Cameron.