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Linha Direta

Em 2015, Reino Unido debate saída da União Europeia

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O ano de 2015 começa a pleno vapor no Reino Unido onde os eleitores vão às urnas daqui a quatro meses para votar em um novo Parlamento. O primeiro-ministro, David Cameron, do Partido Conservador, busca um segundo mandato e participa já nesta sexta-feira (2) do primeiro evento de campanha do ano. A corrida eleitoral britânica deve atrair atenção redobrada da comunidade internacional porque um dos temas centrais da disputa é a possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia.

O premiê inglês David Cameron durante discurso na Escócia, em foto de 15 de setembro de 2014.
O premiê inglês David Cameron durante discurso na Escócia, em foto de 15 de setembro de 2014. REUTERS/Dylan Martinez/Files
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Da correspondente da RFI em Londres, Maria Luiza Cavalcanti

O primeiro-ministro David Cameron tem sido muito criticado por outros líderes europeus por causa de uma postura mais nacionalista em várias questões. Além disso, ele prometeu que, se for reeleito, vai convocar um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia para 2017. Nos últimos anos, David Cameron tem se mostrado cada vez mais favorável a romper com algumas diretrizes da União Europeia. Ele não quis participar do resgate das economias em crise da zona do euro, como a Alemanha fez, e atrasou o pagamento da contribuição do Reino Unido para o orçamento do bloco.

Cameron também tem defendido uma maior autonomia em questões trabalhistas e de regulamentação dos negócios. Mas a principal reivindicação do governo britânico, que tem causado atritos entre Cameron e outros líderes europeus, é a questão da livre circulação de cidadãos do bloco dentro dos países. O assunto fez a chanceler alemã, Angela Merkel, dizer, recentemente, que prefere ver o Reino Unido sair da União Europeia a ter de revogar esse princípio.

Atualmente, todos os cidadãos dos países-membros podem trabalhar em outros países do bloco, sem restrições. O governo britânico e parte da opinião pública acreditam que por causa disso muitos cidadãos de países do Leste Europeu têm tirado os empregos dos britânicos e têm exaurido os recursos do bem-estar social do Reino Unido.

Saída do Reino Unido da UE divide opinião pública

Apesar de existir essa percepção de que os britânicos são contra a União Europeia e preferem sair do bloco, as pesquisas mostram que a questão é bem polêmica, na realidade. A sondagem mais recente, do instituto YouGov, mostra uma ligeira vantagem para permanência do país no bloco – 42%, contra 39% que disseram que preferem que o Reino Unido saia da União Europeia.

Mas é preciso lembrar que o referendo é defendido apenas pelo Partido Conservador. Os outros dois principais partidos, o Trabalhista e o Liberal-Democrata, têm um discurso mais conciliador com a União Europeia e descartam a possibilidade de um referendo. E as pesquisas para as eleições de maio mostram que os Trabalhistas estão um pouco mais à frente dos Conservadores nas intenções de voto, com uma diferença que vai de dois a cinco pontos percentuais, dependendo da pesquisa.

Partido nacionalista britânico ganhou espaço em 2014

Em 2014, o UKIP, o partido nacionalista britânico, que defende abertamente a ruptura com a União Europeia e critica bastante a política de imigração do bloco, ganhou espaço. Esse é um assunto bastante importante, como se vê pelas pesquisas de opinião. Mas a questão que mais vai pesar no voto dos britânicos deve ser a economia. Os partidos sabem disso e têm batido bastante nessa tecla ao se dirigirem aos eleitores.

Tanto David Cameron quanto o líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, gravaram mensagens de fim de ano que foram divulgadas na quinta-feira e que enfatizaram o tema da economia. Miliband foi bastante crítico às políticas atuais, destacando problemas como os cortes nos benefícios sociais, a queda do poder aquisitivo e o desemprego entre os jovens. Já Cameron disse que só o Partido Conservador é capaz de manter o país no curso da recuperação econômica.

 

 

 

 

 

 

 

 

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