Grécia recebe primeira parcela de novo plano de resgate nesta quinta

A Grécia recebe nesta quinta-feira (20) parte da ajuda financeira do terceiro plano de resgate validado pelo Parlamento alemão e pelos ministros da Economia da zona do euro na véspera. Parte do dinheiro servirá para reembolsar, no mesmo dia, mais de € 3 bilhões ao Banco Central Europeu (BCE). Cerca de € 10 bilhões serão usados para recapitalizar os bancos gregos.

Parte do dinheiro será imediatamente usado para reembolsar dívidas da Grécia junto ao BCE. REUTERS/Yannis Behrakis

Dos € 26 bilhões previstos no terceiro plano de resgate, € 23 bilhões serão transferidos para Atenas nesta quinta-feira. Além dos € 3,4 bilhões que serão reembolsados imediatamente ao BCE, mais € 7 bilhões servirão para cobrir empréstimos concedidos pela União Europeia em julho para que a Grécia pudesse honrar dívidas anteriores junto ao Fundo Monetário Internacional e ao próprio BCE.

Os € 3 bilhões restantes do plano de ajuda ficarão desbloqueados até novembro, em função das reformas aprovadas pelo Parlamento grego. O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, insistiu nessa quarta-feira (19) na necessidade de implementação das medidas de rigor para restaurar a “estabilidade financeira” do país.

O acordo sobre o novo plano de ajuda, concluído em 13 de julho entre Atenas e seus credores para evitar a saída da Grécia da zona do euro, tranquilizou o mercado financeiro. A agência de classificação de riscos Fitch aumentou esta semana em um nível a nota da dívida grega a longo prazo, passando de “CCC” a “CC”.

Instabilidade política

Apesar de ter acalmado os mercados, o plano de resgate desestabilizou ainda mais o panorama político da Grécia, já que o pacote só foi aprovado graças aos votos da oposição. Além disso, o processo evidenciou a fratura dentro do partido do governo, já que dos dez deputados do Syriza, três votaram contra o texto ou preferiram se abster. Um cenário que poderá obrigar o primeiro-ministro Alexis Tsipras a organizar um voto de confiança que pode, em caso de derrota, levar o país a realizar novas eleições nos próximos meses.