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Fifa/Escândalo

Fifa abre congresso na Suíça com Blatter contestado

Envolvida em um grande escândalo de corrupção e na mira da justiça americana, a Fifa manteve a abertura de seu congresso nesta quinta-feira (28), na sede da entidade, em Zurique. Após a prisão, ontem, de sete membros da federação − incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marín −, o Ministério Público da Suíça declarou esta manhã que não há nenhum interrogatório agendado para ouvir o presidente da Fifa sobre o caso.

A imprensa europeia em peso pede hoje a renúncia de Joseph Blatter da presidência da Fifa.
A imprensa europeia em peso pede hoje a renúncia de Joseph Blatter da presidência da Fifa. Reuters
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Blatter fará um discurso no final da tarde de hoje, na abertura do evento, e há muita expectativa para saber o que ele vai dizer sobre a operação da polícia suíça. Segundo o jornal alemão Bild e o britânico Daily Mail, Blatter teria sido proibido de deixar o território suíço. Porém, a Fifa nega essa informação.

Além dos Estados Unidos, a justiça da Suíça confirmou que iniciou no mês de março uma investigação para esclarecer as denúncias de corrupção envolvendo a escolha da Rússia para sediar a Copa de 2018 e o Catar, designado para organizar o Mundial de 2022.

O escândalo ganha contornos geopolíticos. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje os Estados Unidos "de tentar impedir a reeleição de Blatter" e "de violar, de forma grosseira, o funcionamento de organizações internacionais". Sobre as prisões, Putin considerou o contexto "estranho". "Não sei se algum deles violou a lei", disse o líder russo, "mas não aconteceu nada no território americano e os Estados Unidos não têm nada a ver com o caso", criticou Putin.

Hoje, o governo da África do Sul negou qualquer irregularidade na atribuição do Mundial de 2010, como suspeitam os investigadores americanos. Segundo o ministro Jeff Radebe (Justiça e Desenvolvimento Constitucional), uma auditoria feita por uma empresa de consultoria independente não identificou nenhuma infração.

UEFA pede adiamento da eleição

O Comitê executivo da UEFA se reúne hoje em Zurique e deve discutir uma posição comum a ser adotada no Congresso da Fifa. O secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, disse que o evento pode se tornar uma farsa e pede o adiamento da votação e a organização de nova eleição.

Processo de extradição

Os Estados Unidos têm um prazo de 40 dias para pedir a extradição dos suspeitos detidos na Suíça. Seis dos sete presos já anunciaram que vão recusar a extradição e apenas um – cujo nome não foi revelado –, aceitou responder ao processo nos Estados Unidos. Porém, devido aos trâmites na justiça suíça, a decisão pode levar vários anos, principalmente se os acusados contestarem o pedido. Caso semelhante aconteceu com o cineasta Roman Polanski. Os Estados Unidos tentaram extraditá-lo para responder a um processo de abuso sexual contra menor, mas a justiça suíça negou o pedido.

As acusações envolvem negociações das confederações Conmebol e Concacaf, além de empresas de materiais esportivos, marketing e direitos de transmissão dos jogos de várias competições. Entre os elementos levantados, a justiça americana afirma que em 1996, uma empresa multinacional pagou US$ 160 milhões por um período de 10 anos para se tornar a marca esportiva exclusiva da seleção brasileira de futebol. Um documento obtido pelo FBI se refere a um pagamento, fora do contrato, de US$ 40 milhões, em uma conta na Suíça, para um representante comercial da equipe do Brasil. Tudo indica que a empresa em questão é a Nike.

Três brasileiros estão na mira da justiça americana: José Maria Marin, José Hawilla do grupo Traffic, e José Lázaro, suspeito de intermediar pagamentos de subornos.

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