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Brasil/ política

Investigações de corrupção são boas para o Brasil no exterior, diz Celso Amorim

A dois dias dos protestos no Brasil contra a presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, esteve na Argentina. Ele considerou que as atuais investigações de corrupção são positivas para a imagem do Brasil, mas alertou para os grandes riscos dos pedidos de impeachment.

O ex-ministro da Defesa, Celso Amorim, em foto de 2013.
O ex-ministro da Defesa, Celso Amorim, em foto de 2013. Valter Campanato/ABr
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Marcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Se por um lado os escândalos de corrupção podem ser péssimos para a imagem de um país, por outro, as investigações da Justiça e as punições dos culpados são boas para a imagem do Brasil no exterior. Pelo menos é o que pensa Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula e ex-ministro da Defesa no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

"O bom funcionamento da Justiça dá uma imagem positiva do Brasil. Ocorreram esses fatos desagradáveis e eles estão sendo apurados em total liberdade. As pessoas vão ser punidas - já estão sendo, aliás”, afirmou. “Acho que isso demonstra que vivemos num país plenamente democrático com todas as instituições funcionando", avalia.

Riscos

Democracia funcionando inclui também os protestos do próximo domingo. Celso Amorim alerta sobre o grande risco de os manifestantes pedirem a destituição da presidente Dilma Rousseff.

"Liberdade de manifestação, sim. Agora, pedir que haja golpe é desconhecer riscos muito grandes porque essas coisas, às vezes, a pessoa pensa que sabe quando começa, mas não sabe como acaba", adverte.

Mercosul

O ex-ministro das Relações Exteriores veio à Argentina para um seminário na Universidade Tres de Febrero, que promove a integração regional e as relações com o Brasil. Amorim criticou a proposta do presidente do Senado, Renan Calheiros, de acabar com o Mercosul. A proposta de Calheiros parte da premissa de que sozinho, sem os sócios do bloco, o Brasil poderá negociar melhor e mais rápido acordos comerciais com outros blocos e países pelo mundo. Para Amorim, é exatamente o contrário.

"É um projeto não só econômico: é político, de paz e de cooperação. Eu acho que seria realmente uma pena para nós todos. É uma ilusão achar que o Brasil sozinho terá mais força para negociar", assegura. "Eu tive experiência, como negociador, de lidar diretamente com a União Europeia. Eu sei como é difícil negociar. Conheço as propostas que eles fazem na área de agricultura e o que eles exigem. Nós temos a preocupação de que o país está se desindustrializando. Tem que negociar, mas com muito jeito e com muita força. E juntos nós temos mais forças do que separados", ensina.

 

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