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Um pulo em Paris

Saiba como evitar fraudes no aluguel de imóveis turísticos durante JO de Paris 2024

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A praticamente um ano da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, prevista para 26 de julho de 2024, os preparativos para receber milhares de turistas e delegações de atletas se intensificaram esta semana na capital francesa. As autoridades alertam os visitantes contra fraudes, principalmente no aluguel de imóveis turísticos.

Obras de construção da Vila Olímpica em Seine-Saint-Denis, ao norte de Paris.
Obras de construção da Vila Olímpica em Seine-Saint-Denis, ao norte de Paris. © ©SOLIDEO – Dronepress.
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A prefeitura de Paris trabalha com a estimativa de receber 16 milhões de turistas entre a Olimpíada e os Paralímpicos, que vão até 8 de setembro do próximo ano. Quem prefere alugar um apartamento ou uma casa nos sites de locação de imóvel turístico, em vez de se hospedar em hotel, já está fazendo reserva e, alguns, enfrentando problemas com anúncios falsos.

Os grandes sites do setor, como Airbnb, Expedia, Abritel, Tripadvisor ou o francês PAP, têm suas políticas de verificação dos anunciantes, mas assim mesmo é preciso ficar alerta. A fraude mais comum é a publicação de uma cópia de um anúncio já existente num site concorrente, com um preço mais atraente. Encontrar dois anúncios do mesmo imóvel com preços diferentes já deve soar como um alerta, e isso já está acontecendo com 10% das locações.

Atualmente, um estúdio pequeno para duas pessoas em Paris, durante os Jogos de 2024, está custando de € 300 a € 500 por noite ou acima de € 500, se houver dois quartos ou mais. Moradores de Paris estão oferecendo suas casas para aluguel de terceiros nesse período, o que teoricamente é proibido sem declarar à prefeitura, mas é um jeito de escapar do imposto cobrado pelo município para imóveis de uso turístico.

Para não ter más surpresas, a polícia e especialistas recomendam que os turistas só aluguem diretamente com proprietários e peçam uma cópia do documento de identidade da pessoa, algum comprovante de propriedade – pode ser o IPTU, que na França se chama "impôt foncier", ou recibo recente de pagamento de condomínio. Outra precaução é nunca pagar a reserva em uma conta bancária em outro país.

Passagem mais rápida nos aeroportos 

A ADP, operadora dos dois maiores aeroportos internacionais de Paris – Charles de Gaulle e Orly –, já está testando neste verão de 2022 novos equipamentos e parte do esquema de segurança e hospitalidade para a Olimpíada.

Em Orly, por exemplo, os policiais agora falam inglês. Cem agentes foram contratados para tornar mais rápido o controle de passaportes. Para o ano que vem, a operadora comprou novos scanners em 3D que vão dispensar o passageiro de tirar da bagagem líquidos e computadores; tudo vai passar direto pela esteira. Haverá postos de controle de passaporte automáticos para documentos de outros países, nos dois aeroportos, como os que já existem no Brasil só para brasileiros e na Europa apenas para europeus. Tudo isso já está em fase de teste e será ampliado.

Para sair dos aeroportos de táxi, motorista de aplicativo ou transporte público, ainda são discutidas melhorias e este é um dos pontos mais complexos da organização.

As filas de espera para táxis nos aeroportos, no período da alta temporada, podem chegar a uma hora; os aplicativos funcionam um pouco melhor. A prolongação do metrô que vai do centro de Paris até o aeroporto de Orly (linha 14), por exemplo, só vai ficar pronta para o encerramento dos Jogos, não para a abertura, como estava inicialmente previsto.

Os organizadores prometem aumentar a frequência dos trens do metrô, diminuindo os intervalos de passagem nas linhas que servirão os locais de competição. A administração regional pretende abrir novas linhas de ônibus.

Para os atletas, já está prevista uma pista exclusiva de circulação no anel viário periférico de Paris e em artérias de grande circulação na cidade. Porém, os motoristas de táxi estão reclamando que o trânsito ficará ainda mais infernal, porque a prefeitura já diminuiu consideravelmente as vias para carros.

Obras ecológicas

O Comitê Olímpico francês e a prefeitura de Paris querem realizar os jogos mais "sóbrios" e "ecológicos" da história. Dentro de Paris, só existe uma nova arena sendo construída, ao norte da capital, no bairro de La Chapelle – Arena Adidas –, que vai acolher as provas de badminton e ginástica. Nesse estádio de 8 mil lugares, uma sala foi concebida especialmente para tornar a experiência mais agradável aos autistas.

O bairro de La Chapelle foi escolhido por ser o mais denso, caótico, poluído e pobre da capital; é onde fica a cracolândia de Paris. O objetivo dos organizadores foi atrair investimentos para gerar uma transformação nessa área.

O restante dos equipamentos esportivos dentro da capital já existiam e estão apenas sendo modernizados, com a vegetalização de telhados e reformas para tornar as estruturas mais econômicas no consumo de energia.

O que é novo e depois irá virar imóvel de habitação e escritório são os prédios da Vila Olímpica, distribuídos em três subúrbios da periferia norte de Paris – Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L'Île-Saint-Denis. A delegação brasileira ficará instalada em Saint-Ouen. Este é o triângulo mais pobre da França, a região com a maior concentração de população jovem e pouco qualificada. O projeto olímpico foi construído com o espírito de inclusão, de promover um resgate social nessa área, habitada principalmente por imigrantes e seus descendentes.

Os prédios novos que vão acolher os 14.500 mil atletas e suas delegações nos Jogos, além dos 9 mil atletas dos Paralímpicos, foram pensados para o clima que fará na região em 2050. A grande polêmica é que as instalações da Vila Olímpica não têm ar-condicionado. Com as temperaturas cada vez mais altas no verão, há uma grande discussão se os atletas serão prejudicados pelo calor.

O engenheiro-chefe das obras, da empresa Solideo, garante que dentro dos prédios haverá um sistema de resfriamento capaz de manter a temperatura seis graus abaixo da temperatura externa. Mas e se fizer 40 graus?

Essa questão agita os bastidores diplomáticos. A preocupação é que este fator ar-condicionado possa criar desigualdade entre os competidores. As delegações mais ricas vão tentar instalar aparelhos portáteis de ar-condicionado; há quem diga que não existe infraestrutura elétrica para o consumo desses aparelhos. Enfim, esta é uma grande interrogação nesse momento em que as temperaturas batem todos os recordes históricos na Europa, e no mundo.

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