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Um pulo em Paris

Macron sai de férias apesar da aceleração da pandemia de Covid-19

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O presidente francês, Emmanuel Macron, está no Forte de Bregançon, residência de veraneio oficial no sul da França, desde a noite desta quinta-feira (29). O chefe de Estado decidiu manter a tradição das férias de verão (no hemisfério norte), apesar do contexto sanitário atual, com uma nova aceleração da pandemia de Covid-19. No entanto, os ministros foram orientados para não deixar o país e as equipes de Macron afirmam que, mesmo a beira mar, o presidente continua trabalhando.

O Forte de Bregançon, situado em uma montanha diante do mar Mediterrâneo, é a residência oficial de férias dos presidentes franceses desde 1968
O Forte de Bregançon, situado em uma montanha diante do mar Mediterrâneo, é a residência oficial de férias dos presidentes franceses desde 1968 © AFP
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Após ter passado pelo Japão, onde assistiu a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, e pela Polinésia Francesa, em viagem oficial, Macron desembarcou na fortaleza que acolhe os presidentes durante as férias de verão desde 1968. Situada diante do mar Mediterrâneo, o Forte é sempre vigiado de longe por paparazzi, que esperam surpreender o chefe de Estado durante um mergulho ou em um de seus passeios pela região, inclusive de bicicleta. Ou até mesmo na esperança de captura uma imagem rara, como a de Jacques Chirac nu, fotografado enquanto fumava tranquilamente na sacada de Bregançon, em 2001. A foto finalmente nunca foi publicada.

Mas este ano o contexto é diferente, já que pelo segundo verão consecutivo a França entra oficialmente em férias em plena pandemia, desta vez potencializada pela variante Delta. O número de novos casos foi multiplicado por 10 em apenas um mês e o país conta atualmente com cerca de 20 mil novas contaminações diárias, principalmente entre os jovens.

Temendo as críticas diante desse recesso estival, a equipe de Macron já avisou que, mesmo em férias, o chefe de Estado continua trabalhando. “É uma pausa, sem ser realmente uma”, informou o porta-voz do governo, Gabriel Attal, no final do Conselho de Ministros de quarta-feira (28), quando começou oficialmente o recesso. Prova disso: uma reunião sobre o avanço da pandemia já está prevista para o início de agosto. 

A regra também vale para os ministros, que foram orientados para não deixarem o país. O premiê Jean Castex, por exemplo, vai para sua região natal, quase na fronteira com a Espanha, enquanto o ministro da Saúde, Olivier Véran descansa na região da Provence, também no sul. Mas todos permanecem conectados e disponíveis em caso de urgência. “A regra não muda”, martelou Attal. “Com ou sem crise, somos ministros 365 dias por ano”.

Forte já acolheu reuniões de cúpula durante as férias

Apesar de ser uma residência de férias, o Forte de Bregançon acabou se tornando, nos últimos anos, palco de discussões políticas internacionais, já que os chefes de Estados quase sempre recebem convidados ilustres durante esse recesso. O ex-presidente François Mitterand acolheu o chanceler alemão Helmut Kohl, enquanto Jacques Chirac recebeu o presidente argelino Abdelaziz Bouteflika.

Emmanuel Macron, junto com a primeira-dama Brigitte (e), recebeu a primeira-ministra britânica Theresa May (d) no Forte de Bregançon, a residência de férias tradicional dos presidentes franceses.
Emmanuel Macron, junto com a primeira-dama Brigitte (e), recebeu a primeira-ministra britânica Theresa May (d) no Forte de Bregançon, a residência de férias tradicional dos presidentes franceses. Sebastien Nogier/Pool via REUTERS

Mas Emmanuel Macron foi um dos que mais usou a residência de veraneio como local de trabalho. Em 2019 ele recebeu a então primeira ministra britânica Theresa May e, no ano passado, organizou uma reunião de trabalho seguida de uma coletiva de imprensa com a chanceler alemã Angela Merkel. Na época, os dois discutiram sobre as tensões com a Rússia de Vladimir Putin, que Macron também acolheu de braços abertos em Bregançon, no ano anterior. 

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