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Festival “Palavras e Maravilhas” faz intercâmbio do Brasil com a França por meio da arte-educação

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Com o lema Travessias e Travessuras, a 7ª edição do Festival Paroles et Merveilles (Palavras e Maravilhas) oferece uma programação extensa durante um mês para celebrar o intercâmbio cultural entre França e Brasil.

Sophie Tsitsichvili de Panaskhet é fundadora da ONG Os Aprendizes da Esperança.
Sophie Tsitsichvili de Panaskhet é fundadora da ONG Os Aprendizes da Esperança. © Elcio Ramalho / RFI
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O evento é organizado pela Associação Les Apprentis de l’Ésperance (Os Aprendizes da Esperança), criada em 1986 na França pela artista Sophie Tsitsichvili de Panaskhet após uma rica experiência pessoal e profissional no Brasil.

Sophie desembarcou no Rio de Janeiro no final dos anos 1980 para trabalhar como bailarina no Theatro Municipal e paralelamente participar da criação de uma academia de dança no bairro de São Conrado. Sua vontade de interagir mais de perto com a população local e desfavorecida a levou a morar na favela do Vidigal, onde desenvolveu projetos sociais e artísticos com crianças e adolescentes.

“Hoje a arte-educação está na moda, mas na época era até questionável”, recorda Sophie, que atribui sua sensibilidade artística ao pai, um arquiteto originário da Geórgia que se instalou na região dos Alpes Franceses. No começo, a professora de balé mobilizou 300 crianças por meio de grupos de dança, teatro, música e até alfabetização. “As crianças estavam ‘fazendo minha cabeça’ por meio da pedagogia do Paulo Freire”, lembra.  

De volta à França por motivos familiares, Sophie criou a Associação para manter seus laços com o Brasil. “Eu queria criar uma ponte entre a França e o Brasil, dois países que sempre tiveram uma relação muito estreita”, afirma. O trabalho da ONG foi também de formar muitos jovens franceses que foram ao Brasil oferecer ateliês, mas também ajudar na construção de orfanatos, bibliotecas, cineclubes e outras estruturas para comunidades carentes.

“O Festival cristaliza todos esses projetos”, diz Sophie, ao se referir ao evento criado em 2015, que busca promover e valorizar os talentos que existem no país “adotado pelo seu coração”.  

O tema da edição de 2023, Travessias e Travessuras, foi escolhido para explorar a temática da decolonização, “um assunto bem atual”, segundo ela. “São questões que a gente deve abordar de uma forma lúdica, para combater o crescimento da xenofobia e preconceitos”, justifica.

Arte, cultura e educação

A programação tem debates sobre as origens do samba, a literatura do escritor Godofredo de Oliveira Neto, apresentação da biografia da brasileira Maria d’Aparecida, que fez sucesso na França, além de mesas redondas com a participação de especialistas para falar do protagonismo negro na literatura infanto-juvenil e dos direitos da comunidade LGBTQIA+.

Apresentações musicais em Marselha, no sul da França, e performances no Rio de Janeiro estão no programa.

“A força deste festival é que ele é colaborativo”, destaca Sophie Panaskhet, que promove o evento sem verbas oficiais, apenas por meio de doações dos associados da ONG e da colaboração das pessoas que participam e animas os eventos voluntariamente.

A programação do Festival acontece de 20 de abril até 20 de maio e parte das atividades serão disponibilizadas com transmissões ao vivo pela internet e redes sociais.

Para ver a entrevista na íntegra, clique na foto.

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