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Linha Direta

Espanha: após eleições, partidos deverão tentar negociar alianças para formar governo

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Na Espanha, o Partido Popular, de direita, foi o melhor colocado das eleições que aconteceram neste domingo (23) para escolher deputados, senadores e o próximo primeiro-ministro. Ainda assim, o cenário é de total incerteza em relação a quem deve governar nos próximos anos, já que nenhuma sigla conseguiu levar a maioria absoluta, necessária para comandar o país.

Na Espanha, o Partido Popular, de direita, foi o melhor colocado das eleições que aconteceram ontem para definir o próximo primeiro-ministro do país.
Na Espanha, o Partido Popular, de direita, foi o melhor colocado das eleições que aconteceram ontem para definir o próximo primeiro-ministro do país. AP - Manu Fernandez
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Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI na Espanha

As pesquisas acertaram na ordem dos partidos que conseguiriam maior representatividade no Congresso dos Deputados. Em primeiro lugar, ficou o PP, partido de direita de Alberto Nuñez Feijóo. O Partido Socialista Operário Espanhol, do atual primeiro-ministro de esquerda Pedro Sánchez, ficou na segunda colocação, seguido pelo Vox, de extrema direita, de Santiago Abascal, e a coalizão de esquerda Sumar, liderada por Yolanda Díaz.

Desde o princípio, estes foram os nomes mais importantes da corrida eleitoral espanhola. Diferentes estudos de intenção de voto chegaram a apontar as posições conquistadas no ranking eleitoral por parte de cada um deles.

O que, na verdade, surpreendeu muita gente – e se diferenciou do que estava sendo previsto pelas pesquisas – foram as quantidades de votos que cada sigla conseguiu obter. O Partido Popular ficou com 136 cadeiras no Congresso. Já o Partido Socialista Operário Espanhol obteve 122. O Vox, de extrema direita, alcançou 33 e o Sumar, de esquerda, 31 cadeiras.

Com o resultado, a direita não alcança a maioria para governar, mesmo com um acordo entre PP e Vox. O bloco de esquerda que possivelmente se formaria entre PSOE e Sumar também não tem cadeiras suficientes para ocupar mais da metade do Congresso de Deputados, o que é essencial para montar um governo no país.

Por isso, os dois possíveis grandes blocos – PP e Vox, de direita, e PSOE e Sumar, de esquerda – terão que dialogar com os partidos minoritários que conseguiram assentos nessas eleições para chegar a uma coalizão representada por pelo menos 176 cadeiras no Congresso espanhol.

Feijóo pede diálogo

Diante da dúvida sobre quem será o próximo primeiro-ministro da Espanha, o clima foi de comemoração por parte de diferentes candidatos. Nos momentos seguintes à divulgação dos resultados, Feijóo se disse aberto ao diálogo que será necessário para governar a Espanha. Comemorando o que chamou de “vitória eleitoral”, o representante do PP disse ainda que “espera que ninguém fique tentado a bloquear a Espanha novamente”.

Já Sánchez, atual primeiro-ministro do país pelo PSOE, comemorou que o partido tenha conseguido melhores resultados que nas últimas eleições, há quatro anos, e disse que “o bloco que representa o retrocesso fracassou”.

O tom de vitória também esteve presente no discurso de Yolanda Díaz, do Sumar. A candidata disse acreditar que as pessoas "dormiriam mais tranquilas" com os resultados do domingo e prometeu dialogar com todas as forças progressistas do país para garantir um  governo de esquerda.

Candidato nessas eleições pelo Vox, Santiago Abascal destacou, com pesar, que Pedro Sánchez pode conseguir, “mesmo tendo perdido” até se manter como primeiro-ministro do país.

Próximos passos

Os partidos que receberam mais votos devem começar a dialogar com os minoritários já nesta segunda-feira sobre possíveis acordos e apoios a serem prestados. Isso porque são, basicamente, três os caminhos possíveis a partir de agora.

O PP pode conseguir formar uma aliança de direita com o Vox, incluindo partidos minoritários que garantiram assentos no Congresso, um cenário que se demonstra complicado principalmente pela resistência de muitas siglas em se aliar ao Vox.

Em contrapartida, pode ser que o possível bloco de esquerda formado pelo PSOE e o Sumar consigam ampliar suas alianças, a ponto de chegar às 176 cadeiras que garantiriam maioria no Congresso e, consequentemente, uma possibilidade de formação de governo.

Mas, se nenhum dos lados dessa disputa conseguir negociar uma coalizão que garanta o apoio necessário para a formação de governo na Espanha e o Congresso não aprove, com maioria absoluta, um primeiro-ministro, podem ser convocadas novas eleições no país. O pleito provavelmente aconteceria no fim do ano.

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