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Linha Direta

Alemanha: aumento da entrada de refugiados faz crescer a pressão por controles de fronteiras

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O número de entradas ilegais nas fronteiras para a Alemanha aumentou consideravelmente no primeiro trimestre do ano, fazendo crescer a pressão para que o governo do chanceler alemão, Olaf Scholz, aperte o controle das fronteiras do país.

Contêineres de cores diferentes montados como um abrigo improvisado para refugiados em Berlim, Alemanha, quarta-feira, 10 de maio de 2023.
Contêineres de cores diferentes montados como um abrigo improvisado para refugiados em Berlim, Alemanha, quarta-feira, 10 de maio de 2023. AP - Markus Schreiber
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Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

Entre janeiro e março passados, 15.761 pessoas entraram ilegalmente no país, uma alta de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior parte dessas entradas foi registrada na fronteira com a Polônia, seguidas pela fronteira com a Áustria e a Suíça.

Agora as autoridades alemãs se preparam para controlar as fronteiras, depois que a medida foi aprovada em uma reunião na semana passada entre representantes dos governos estaduais e federal.

Embora a implementação da medida ainda não esteja oficializada, o que se espera é que sejam construídos postos provisórios de controle, principalmente na fronteira com a Polônia, a exemplo com o que já ocorre na fronteira com a Áustria.

A Alemanha controla a fronteira com a Áustria desde a crise migratória de 2015, quando dezenas de milhares de migrantes chegaram na Europa Ocidental pela Grécia, através da chamada rota dos Bálcãs.

Na verdade, não há controles fronteiriços dentro do espaço Schengen, ao qual pertencem 26 países europeus. Mas nos últimos anos, vários países fizeram uso de uma regra permitindo uma exceção a esse regulamento europeu.

Maioria chega da Síria e Afeganistão

Segundo as autoridades, a maioria desses migrantes que entram ilegalmente estaria vindo de países como Síria, Afeganistão e Turquia.

As autoridades registraram um crescimento no número de pessoas chegando através de Belarus e Rússia, cujos governos estariam tentando instrumentalizar os migrantes na tentativa de desestabilizar o Ocidente.

Com a aproximação do verão europeu, a expectativa das autoridades da Alemanha é que o fluxo migratório em direção ao país aumente nos próximos meses.

As autoridades alemãs citam, também, as eleições na Turquia como uma das razões pelo aumento de entradas ilegais nas fronteiras alemãs, apontando para os 4 milhões de refugiados na Turquia, a maioria deles da Síria e muitos dos quais vivem em condições muito precárias.

Muitos deles estão sendo enviados pelo governo turco para fora do país para liberar a pressão da oposição, em meio às eleições presidenciais na Turquia. Muitos estariam viajando para a União Europeia com vistos russos através de Belarus.

Pressão nos abrigos de refugiados

Os governos estaduais e municipais alemães temem um aumento dos protestos da população à construção de novos alojamentos de refugiados face à entrada ilegal em curso.

Na população alemã, vem caindo o apoio a acolhida de refugiados. Em pesquisa recente, pouco mais da metade dos alemães diz preferir que a Alemanha receba menos refugiados e migrantes. Três anos atrás, 40% diziam querer menos migrantes chegando no país.

As autoridades locais alemãs afirmam que ascapacidades atuais de acolhida atingiram o limitee que a construção de novos abrigos está encontrando uma resistência crescente tanto da população quanto dos governos no nível municipal.

Na semana passada, o governo alemão prometeu mais apoio financeiro aos governos locais para manutenção dos abrigos de refugiados e também afirmou que vai pedir aos parceiros da União Europeia medidas para melhor distribuição dos refugiados a níveis europeu e também providências visando a construção de centros de acolhida de refugiados nas áreas periféricas do bloco europeu.

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