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Rendez-vous cultural

Em Cannes, diretor de curta em competição denuncia sucateamento da educação e cultura no Brasil

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“É um prazer estar aqui e poder ver o curta na tela grande”, diz Carlos Segundo, em entrevista exclusiva à RFI Brasil. O filme, gravado durante a pandemia de coronavírus, está na competição oficial do Festival Internacional de Cannes.

O cineasta Carlos Segundo apresenta o curta "Sideral" em competição no Festival de Cinema de Cannes.
O cineasta Carlos Segundo apresenta o curta "Sideral" em competição no Festival de Cinema de Cannes. © Captura de tela
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Por Patricia Moribe, enviada especial a Cannes

“Sideral” apresenta um possível lançamento de um primeiro foguete tripulado brasileiro ao espaço, explica o diretor. “Mas paralelamente, apresentamos uma família simples – pai, mãe e dois filhos – e como esse evento reflete, traz alguma transformação a esse núcleo”, continua. “Ou seja, transformação e rompimento”.

A ideia para o curta surgiu indiretamente, conta Segundo. Ele estava escrevendo para um projeto de TV sobre várias famílias. O projeto não foi adiante, mas ele adotou a ideia de “Sideral” para desenvolver em um curta. “E ele foi desenvolvido e filmado durante a pandemia”, acrescenta.

“A existência da base de lançamento de satélites em Natal, a Barreira do Inferno, ajudou no processo criativo”, conta o diretor.

O curta é todo filmado em preto e branco. Segundo explica que a opção foi por causa de várias camadas: “os opostos, o de um evento sem data, a possibilidade de trabalhar a forma e o formato”. Ele acrescenta ainda o contraste entre masculino e feminino, além da utilização de uma janela mais quadrada, de 4x3, que “oprime um pouco mais os personagens”.

Cultura e educação em tensão

Como professor de audiovisual na UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Carlos Segundo diz que há uma nítida destruição do que vinha se construindo em relação às universidades. Ele aponta que, em apenas dois anos, os setores da educação e da cultura foram diretamente atingidos, justamente áreas que “propõem transformações no pensamento, estratégicas para o conhecimento”.

“É um momento de muita tensão e ansiedade por causa de cortes fundamentais em bolsas de pesquisas, cortes em incentivos para bolsas de alunos. Estamos lutando para manter a universidade minimamente viva”, lamenta Segundo. “Os projetos de pesquisa, de extensão, todos foram afetados. ”

Confira o vídeo da entrevista completa clicando na foto ao alto.

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