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A Semana na Imprensa

Revistas francesas homenageiam Zelensky, o ucraniano que uniu a Europa

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A guerra na Ucrânia, a resistência heróica da população à invasora Rússia e os riscos de extensão do conflito a outros países da Europa, com a ameaça de utilização do arsenal nuclear por Moscou, são temas de capa das principais revistas semanais francesas. Por sua coragem e patriotismo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é apontado como um líder que poderia inspirar outros povos a derrubar governos autoritários.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fala à nação após a primeira rodada de discussões com a Rússia, em 28 de fevereiro de 2022.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fala à nação após a primeira rodada de discussões com a Rússia, em 28 de fevereiro de 2022. © Capture d'écran Facebook Володимир Зеленський
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A revista L'Obs publica uma edição especial com a manchete "O dia em que o mundo virou de cabeça para baixo". A publicação nota que algumas horas foram suficientes para abalar os alicerces da ordem mundial. "A História lembrará que foi em 24 de fevereiro de 2022, dia em que Putin cometeu o irreparável ato de invadir a Ucrânia, que o Ocidente, estupefato, entrou numa nova era, despertando violentamente de sua letargia", aponta o editorial.

Em meio ao caos e ao sofrimento do povo ucraniano, um novo acordo está sendo escrito pelos europeus, o de uma "união sagrada" para defender a democracia e a paz. "A terceira guerra mundial não chegou (ainda), mas este conflito é a maior convulsão geopolítica que vimos desde 1945. (...) Putin violou a regra que assegurava o equilíbrio internacional e desafia o mundo, (...) revelando seu jogo a todos aqueles que, ingênuos ou cúmplices, se recusaram a admiti-lo por muito tempo: o presidente russo é, agora, o inimigo número um da paz mundial", condena a L'Obs

"Nesta tragédia, existe alguma razão para se ter esperança?", questiona a revista. E a resposta é que Putin pode acabar como um pária, condenando sua população, já amordaçada pelas autoridades e alimentada por propaganda nacionalista, ao isolamento. Isto pode levar a uma grande desestabilização interna do regime autoritário. Embora o resultado do conflito permaneça incerto, ele já criou uma fissura no poder de Putin. E conseguiu unir todos os europeus contra aquele que se tornou o inimigo em comum, destaca a L'Obs.

Putin: "um homem do passado"

A imagem de Zelensky, chamado de "herói da liberdade", estampa a capa da revista Le Point. Em seu editorial, a publicação francesa descreve o presidente ucraniano como "um combatente por seu país, um defensor de valores democráticos que os europeus têm afirmado de forma bastante fraca" nos últimos anos. Entretanto, Putin provocou a guinada, e a União Europeia está mais unida do que nunca, diz a revista. 

O espantoso destino de Zelensky, humorista transformado em chefe de guerra, é uma fonte de inspiração para a Europa e para as repúblicas autoritárias satélites da Rússia, nota Le Point. A publicação não sabe dizer se a Europa será capaz de construir uma defesa que a salvará de humilhações futuras. Mas, se souber, o heroísmo dos ucranianos e de seu presidente terá sido um gatilho. 

A imagem de Zelensky, vestido com uniforme militar e capacete de proteção na cabeça, ilustra a capa da L'Express. A manchete é uma interrogação: "Quem poderá deter Vladimir Putin?".

Em seu editorial, a revista escreve que a ameaça nuclear de Putin, que disse ter colocado seu arsenal de dissuasão em estado de alerta, é "uma faca de dois gumes", pois pode se voltar contra os russos. Na opinião da L'Express, Putin está cada vez mais isolado, e apesar de ter amordaçado a oposição e a população em seu país, "é um homem do passado".

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