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A Semana na Imprensa

“Diplomacia feminista”: estudo mostra que mulheres são mais hábeis nas negociações de paz

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A revista L’Obs desta semana traz uma reportagem sobre a questão da “diplomacia feminista”. Os defensores dessa ideia argumentam que o maior envolvimento de mulheres nas negociações internacionais reforçaria a igualdade e ajudaria a avançar nas discussões de paz.

Mulheres ainda são minoria nas negociações internacionais. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a chanceler alemã Angela Merkel (fotografadas na reunião do G7) estão entre as exceções.
Mulheres ainda são minoria nas negociações internacionais. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a chanceler alemã Angela Merkel (fotografadas na reunião do G7) estão entre as exceções. REUTERS - PHIL NOBLE
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O texto explica que “uma política externa feminista começa pela integração das mulheres nos processos de decisão de seus países e nos espaços internacionais, como as reuniões de cúpula do G7”. Concretamente, uma diplomacia feminista consiste em lutar pela igualdade de gênero no mundo, resume a revista.

A reportagem conta que desde 2014 a Suécia coloca as mulheres no centro de praticamente todas suas decisões diplomáticas e que alguns países, como Canadá, França e México, tentam seguir o exemplo de Estocolmo. A ex-ministra sueca das Relações Exteriores, Margot Wallström, uma das principais defensoras desse conceito, chegou a ser apelidada de ‘Feminister’, tamanho era seu empenho na causa. Segundo ela, a presença de mulheres facilita as grandes negociações internacionais, criando interações informais indispensáveis na diplomacia.

“Quanto mais mulheres, mais paz”, insiste a ministra sueca. “A experiência mostrou que quando elas estão em volta da mesa para assinar acordos de paz, as soluções surgem com mais facilidade e os compromissos firmados tendem a durar”, resume.

A frase de Margot Wallström não representa apenas uma opinião. Um estudo do think tank americano Council on Foreign Relations, que compilou e analisou dados internacionais, confirma a habilidade feminina nas negociações diplomáticas. Segundo a pesquisa, isso se explica pelo fato de que as mulheres frequentemente adotam uma abordagem mais colaborativa e ultrapassam facilmente as divisões culturais.

“A probabilidade de chegar a um acordo é maior pois as mulheres são consideradas negociadoras honestas”, resume L’Obs. “Como elas atuam muito mais fora das esferas de poder e geralmente não controlam as forças de poder, são vistas como mediadoras mais imparciais que os homens”, ressalta o texto.

Ainda baseada no estudo, a reportagem aponta como exemplo a capacidade das mulheres de mobilizar redes comunitárias para chegar a acordos.

“No Afeganistão, as poucas mulheres membros dos conselhos de paz locais conseguiram negociar diretamente com os chefes rebeldes e facilitar a liberação de reféns, a partir de um primeiro contato com as esposas dos talibãs”, relata a revista. “Elas também atuaram contra os discursos extremistas nas escolas e organizações comunitárias, pois tinham acesso a espaços sociais nos quais os homens não são aceitos”, prossegue.

No entanto, aponta a reportagem, a “diplomacia feminista” ainda tem um longo caminho pela frente. “Entre 2015 e 2019, as mulheres constituíram, em média, 14% dos negociadores, 11% dos mediadores e apenas 7% dos signatários dos principais processos de paz no mundo”, finaliza a reportagem da revista L’Obs.

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