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Reino Unido planeja parar de vender armas para Israel após a morte de ativistas britânicos em Gaza

Os Liberais Democratas e o Partido Nacionalista Escocês, da oposição, estão pedindo a suspensão imediata das exportações de armas britânicas para Israel - um comércio que o governo estima em € 45 milhões por ano, mas que representa uma proporção ínfima das compras de Israel no mercado de armas mundial. Mas essa não é uma questão apenas da oposição: pelo menos 3 parlamentares conservadores também se manifestaram a favor da suspensão das vendas, juntamente com vários ex-diplomatas britânicos.

Retratos dos sete trabalhadores defensores de Direitos Humanos da ONG World Central Kitchen mortos em Gaza por um ataque israelense em 1º de abril de 2024.
Retratos dos sete trabalhadores defensores de Direitos Humanos da ONG World Central Kitchen mortos em Gaza por um ataque israelense em 1º de abril de 2024. AFP - -
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Émeline Vin, correspondente da RFI em Londres

Os líderes políticos do Reino Unido acreditam que a interrupção das exportações enviaria um forte sinal a Israel. O principal partido de oposição, o Partido Trabalhista, exige que o executivo publique os memorandos de seus consultores jurídicos. A posição dos trabalhistas é que, se houver riscos tangíveis de Israel violar as convenções internacionais, as exportações devem ser interrompidas imediatamente.

Diante desses apelos crescentes, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak não descartou a possibilidade de uma suspensão do comércio de armas. "O comportamento de Israel está cada vez mais intolerável", declarou ele, ressaltando que as exportações estavam sujeitas a regras rígidas, incluindo a conformidade com as convenções internacionais.

A Polônia quer explicações de Israel após o ataque ao comboio humanitário da World Central Kitchen, no qual um polonês perdeu a vida. A morte causou comoção no país e, de acordo com o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, o apoio a Israel está se tornando cada vez mais complicado. 

O primeiro-ministro britânico também disse que estava "chocado" com o ataque ao comboio humanitário da World Central Kitchen, em que três cidadãos britânicos foram mortos. Sunak está pedindo a Tel Aviv que conduza uma investigação transparente. Até o momento, no entanto, Londres tem sido muito conciliadora em relação a Israel.

Cada vez mais difícil apoiar Israel

A morte do polonês Damian Sobol, uma das vítimas do comboio humanitário presente em Gaza, causou comoção na Polônia, informa Martin Chabal, correspondente da RFI em Varsóvia. Para o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, que se exprimiu no X, é difícil hoje que os poloneses, que se mobilizaram muito após os ataques de 7 de outubro, demonstrem a mesma solidariedade.

O chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, pede que Israel pague uma indenização às famílias das vítimas. O Ministério das Relações Exteriores da Polônia também anunciou nesta quarta-feira (1°) que havia "convidado" o embaixador israelense na Polônia para discutir a "responsabilidade moral, política e financeira" após o ataque israelense que matou os sete trabalhadores humanitários em Gaza. 

"Convidei o embaixador (...) Quero conversar com ele sobre a nova situação nas relações entre Israel e Polônia e sobre a responsabilidade moral, política e financeira pelo incidente que ocorreu recentemente em Gaza", declarou o vice-ministro Andrzej Szajna, citado pela agência PAP.

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