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ONU acusa Rússia de graves violações de direitos humanos e crimes de guerra na Ucrânia

A Rússia continua a cometer graves violações de direitos e crimes de guerra na Ucrânia, incluindo tortura e estupros “sistemáticos”, disseram investigadores das Nações Unidas nesta sexta-feira (15).

Imagem de 8/03/24 perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk, fortemente atacada por forças russas.
Imagem de 8/03/24 perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk, fortemente atacada por forças russas. REUTERS - Oleksandr Ratushniak
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Moscou tem travado uma guerra contra a Ucrânia há mais de dois anos e recentemente vem obtendo ganhos territoriais no campo de batalha.

A Comissão de Inquérito de alto nível (COI) sobre a situação dos direitos na Ucrânia desde a invasão em grande escala, disse ter encontrado novas provas de abusos generalizados.

Também expressou preocupação com o uso contínuo de armas explosivas em áreas civis, confirmando “um padrão de desrespeito por parte das forças armadas russas por possíveis danos a civis”.

“As evidências mostram que as autoridades russas cometeram violações dos direitos humanos internacionais e crimes de guerra correspondentes”, disse o chefe do COI, Erik Mose, aos jornalistas.

“São necessárias mais investigações para determinar se algumas das situações identificadas podem constituir crimes contra a humanidade”, acrescentou.

Confirmando conclusões anteriores, a ONU afirmou que a tortura por parte das autoridades russas tem sido “generalizada e sistemática” tanto na Ucrânia, como na Rússia.

Os investigadores disseram que compilaram o seu último relatório depois de falarem com mais de 800 pessoas durante 16 visitas separadas à Ucrânia.

A equipe descobriu que o tratamento dado pela Rússia aos prisioneiros de guerra ucranianos é “horrível”.

Violências sexuais

"O relatório documenta incidentes de violação e outras violências sexuais cometidos contra mulheres" em circunstâncias que também equivalem a tortura.

“Também detalha incidentes de tortura com dimensão sexualizada" e "ameaças de estupro contra prisioneiros de guerra do sexo masculino”.

Os investigadores também encontraram “evidências adicionais” de que crianças ucranianas foram transferidas ilegalmente para áreas sob controle russo.

Pela primeira vez, os investigadores investigaram o saque de objetos culturais ucranianos e documentos de arquivo pela Rússia, em particular da cidade de Kherson, que foi ocupada pela primeira vez pelas forças russas em março de 2022, antes de ser libertada cerca de oito meses depois.

Durante as últimas semanas de ocupação, em outubro e novembro de 2022, “as autoridades russas transferiram objetos culturais do Museu Regional de Arte de Kherson e documentos de arquivo dos Arquivos do Estado da província de Kherson para a” Crimeia ocupada.

“De acordo com estimativas de funcionários de ambas as instituições, foram removidos mais de 10.000 objetos do museu e 70 % dos documentos do edifício principal do arquivo do Estado”, refere o relatório.

O relatório da ONU descreveu a apropriação cultural como um “crime de guerra”.

(Com AFP)

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