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Hamas diz que bombas de Israel mataram dois reféns israelenses e ataques ‘ameaçam negociações’

Dois reféns israelenses foram mortos e outros oito ficaram gravemente feridos nos ataques realizados pelo exército israelense nas últimas 96 horas na Faixa de Gaza, anunciou o braço armado do Hamas, as Brigadas Izz al-Din al-Qassam, em mensagens no Telegram neste domingo (11). Um dirigente do movimento islâmico palestino disse que qualquer operação de Israel em Rafah, no extremo sul do território, “ameaçaria” as negociações para a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos.

Palestinos deslocados pela ofensiva de Israel aguardam perto da fronteira com o Egito em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. (24/01/2024)
Palestinos deslocados pela ofensiva de Israel aguardam perto da fronteira com o Egito em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. (24/01/2024) AP - Hatem Ali
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“Israel tem total responsabilidade pelas vidas dos feridos nos seus contínuos bombardeios”, afirmaram as Brigadas Izz al-Din al-Qassam em um comunicado acessado pela Reuters, no qual o grupo também informa que as vidas dos reféns feridos estão em perigo, devido “à impossibilidade de prestar-lhes os cuidados adequados”.

O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, disse que 31 dos 136 reféns retidos na Faixa de Gaza já morreram, do total de 250 pessoas que foram capturadas pelo grupo extremista nos ataques de 7 de outubro. Em novembro, 105 foram libertados, na única operação realizada até agora de troca de reféns por prisioneiros palestinos detidos em Israel. Do lado palestino, 240 presos foram beneficiados.

Ofensiva em Rafah ameaça próximas negociações

Entrevistado pela agência AFP, um membro do Hamas ressaltou que o plano do primeiro-ministro israelense de lançar uma ofensiva militar terrestre contra Rafah representa uma tentativa de “se libertar das negociações”. O dirigente antecipa que a operação representará um “genocídio e um novo desastre humanitário em Rafah”.

Na quinta-feira, Benjamin Netanyahu ordenou a preparação de uma ofensiva em Rafah, situada na fronteira com o Egito, onde vivem 1,3 milhão de palestinos, a grande maioria deslocados pelos confrontos dos últimos meses. Vários países alertaram para uma “catástrofe humanitária” em caso de avanço dos militares israelenses na cidade.

As negociações para uma trégua, incluindo um cessar-fogo e a libertação de reféns em troca de prisioneiros, se arrastam há semanas.

Israel prometeu “destruir” o Hamas, que considera uma organização terrorista, assim como os Estados Unidos e a União Europeia. A ofensiva do exército israelense deixou 28.176 mortos em Gaza, a grande maioria deles civis, segundo um relatório divulgado neste domingo pelo Ministério da Saúde do movimento islâmico, no poder no território desde 2007.

Os combates estão particularmente intensos em Khan Yunes, um dos redutos do comando do Hamas, onde o exército israelense tem rastreado os seus combatentes dentro de túneis e casas há várias semanas. Correspondentes da AFP ouviram explosões regulares e viram, aviões sobrevoando a cidade e seus arredores, bem como colunas de fumaça preta subindo a vários metros no céu.

‘Passagem segura’ para civis

"A vitória está ao nosso alcance. Vamos consegui-la", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em uma entrevista à emissora ABC News transmitida neste domingo, na qual chamou Rafah de "último bastião" do movimento islâmico.

“Aqueles que dizem que não devemos absolutamente entrar em Rafah estão, na realidade, a nos dizer que devemos perder a guerra e deixar o Hamas lá”, disse ele.

Netanyahu garantiu que Israel proporcionará uma “passagem segura à população civil para que possam deixar” a cidade, apoiada pela fronteira com o Egito, atualmente fechada.

A operação israelense preocupa países da região. Os Emirados Árabes Unidos expressaram “profunda preocupação” com as “graves repercussões humanitárias” causadas por um ataque. O Catar “condenou veementemente” as ameaças de Israel a Rafah e a Organização de Cooperação Islâmica (OIC) denunciou as “tentativas de expulsar à força o povo palestino das suas terras”.

Em Teerã, o presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, pediu a exclusão de Israel da ONU, dizendo que a ofensiva em Gaza é “um crime contra a humanidade”. A Arábia Saudita convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU no sábado “para evitar que Israel cause uma catástrofe humanitária”.

Com informações da Reuters e AFP

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