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Ataques de Israel deixam mais de 60 mortos em Gaza; EUA voltam a bombardear rebeldes no Iêmen

Na véspera da guerra entre Israel e o Hamas completar 100 dias na Faixa de Gaza, o Exército israelense dá continuidade, neste sábado (13), às operações militares no território palestino. A população de Gaza continua isolada do mundo, sem telefone e internet, depois de Israel desconectar os servidores da operadora palestina Paltel, de acordo com a companhia. O conflito é marcado por uma escalada no Iêmen, onde os Estados Unidos voltaram a bombardear instalações dos rebeldes houthis.

De metralhadora em punho, Mohammed Ali al-Houthi, integrante do Conselho Supremo dos Houthis, denunciou na quinta-feira os bombardeios dos EUA e Reino Unido contra instalações dos rebeldes no Iêmen.
De metralhadora em punho, Mohammed Ali al-Houthi, integrante do Conselho Supremo dos Houthis, denunciou na quinta-feira os bombardeios dos EUA e Reino Unido contra instalações dos rebeldes no Iêmen. © Khaled Abdullah, Reuters
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Um jornalista da agência AFP relatou intensos bombardeios noturnos no sul do território palestino, principalmente na cidade de Khan Yunes, que se tornou o centro dos combates, e em Rafah, perto da fronteira com o Egito, onde milhares de habitantes de Gaza se refugiaram por ordem de Israel. Esses ataques deixaram mais de 60 mortos, a maioria mulheres e crianças, e dezenas de feridos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. O movimento radical islâmico controla esse território palestino desde 2007.

No hospital Al-Najjar, em Rafah, familiares tentam identificar os seus entes queridos, cujos corpos foram estendidos no chão, numa morgue improvisada. Diante dos cadáveres alinhados, um homem abraça os restos mortais de uma criança pequena, enrolada em um lençol branco, reporta o correspondente da AFP.

O Exército israelense anunciou que destruiu dezenas de locais de lançamento de foguetes, em vários ataques noturnos, e matou quatro “terroristas” em Khan Yunes.

'Noite muito difícil'

“A noite foi muito difícil, disse à AFP Nabila Abu Zayed, uma mãe de 40 anos, depois de passar a madrugada ao lado de centenas de deslocados nos corredores da maternidade do hospital Al-Nasser. A chuva e a onda de frio que atingem a região dificultam ainda mais a sobrevivência dessa família, que montou uma barraca no pátio do hospital. “Mas para onde ir?”, pergunta, sabendo que não há lugar seguro, essa palestina de 40 anos. 

A catástrofe humanitária que as organizações internacionais não cessam de denunciar foi agravada desde sexta-feira (13) pelo corte total dos serviços de telefonia e internet em Gaza. Cortes semelhantes já ocorreram desde o início da guerra, em 7 de outubro, e as equipes de resgate sempre se queixam do seu impacto na coordenação dos serviços de emergência. “A comunicação com as nossas equipes em Gaza foi completamente cortada”, lamentou o Crescente Vermelho Palestino na sexta-feira.

A falta de combustível também provocou o desligamento do principal gerador de energia do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah (centro), segundo uma fonte do Ministério da Saúde do Hamas. Israel tem impedido a entrada de combustíveis na Faixa de Gaza, sob alegação de risco de desvio por parte do Hamas, um grupo classificado como “terrorista” pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

“Tememos a morte de pacientes e crianças em unidades de cuidados intensivos e pediátricas”, disseram encarregados de comunicação do Hamas.

Escalada no Iêmen

Os Estados Unidos voltaram a bombardear neste sábado (13) instalações dos rebeldes houthis no Iêmen, inclusive na capital do país, Sanna, depois que o grupo, apoiado pelo Irã, ampliou as ameaças contra o tráfego marítimo internacional no Mar Vermelho, em solidariedade aos palestinos de Gaza. 

Para especialistas, os ataques americanos e britânicos contra os rebeldes iemenitas têm poucas chances de erradicar o grupo, que sobrevive há anos aos bombardeios de outros países do Golfo, como da Arábia Saudita. 

A guerra no Oriente Médio, que entrou no 99º dia neste sábado, foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra localidades do sul de Israel, em 7 de outubro. A invasão deixou 1.140 mortos no território israelense, principalmente civis. Cerca de 250 pessoas também foram sequestradas pelo Hamas, que ainda detém cerca de cem reféns no enclave palestino.

Novo balanço do Hamas divulgado neste sábado aponta 23.843 mortos e mais de 60.300 feridos na Faixa de Gaza, a maioria mulheres, adolescentes e crianças. 

Com AFP

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