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No duelo de titãs entre Boeing e Airbus, falhas no 737 Max aumentam vantagem do fabricante europeu

Boeing e Airbus reinaram absolutas no mercado de aeronaves por mais de 20 anos. Entretanto, os problemas constantes com os 737 Max da Boeing estão desequilibrando esta balança em benefício do fabricante europeu.

Um Boeing 737 Max 9, da Alaska Airlines, em Portland, nos EUA.
Um Boeing 737 Max 9, da Alaska Airlines, em Portland, nos EUA. AP - Craig Mitchelldyer
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Por Dominique Baillard

Hoje, quase todos os indicadores são favoráveis ​​ao grupo europeu. Começando pelo mais sensível, o mercado de ações. O acidente da última sexta-feira (5), quando uma porta foi arrancada em pleno voo de um 737 Max 9 da Alaska Airlines, fez com que as ações da Boeing perdessem 9% do valor. Ações que já estavam em queda desde 2019, ano do segundo acidente fatal ocorrido com um 737 Max.

Foi também em 2019 que a China suspendeu as encomendas das aeronaves da fabricante norte-americana. Em quatro anos, a Boeing perdeu 45% do seu valor, enquanto a Airbus ganhou 26%.

A Airbus é uma empresa lucrativa e o fabricante europeu é o número tanto em encomendas como em entregas de aeronaves, enquanto a Boeing acumula perdas e carrega uma dívida de cerca de US$ 40 bilhões.

A-320neo

A Airbus ampliou a vantagem sobre a Boeing com a aeronave de corredor único lançada em 2010. O A-320neo, em todas as suas versões, faz fortuna na Europa por ser mais econômico em termos de consumo de energia. Este é, aliás, o nicho mais promissor do mercado.

Na esperança de recuperar o atraso, a Boeing lançou o 737 Max em 2017, mas desde então o avião atormenta a empresa com dois desastres fatais, na Malásia e na Etiópia, e depois com problemas técnicos recorrentes.

Problemas que o fabricante parece incapaz de resolver

Será que a Boeing ainda sabe construir um avião? Esta é a principal pergunta dos analistas mais implacáveis. Há muito que a fabricante norte-americana prefere mimar os investidores recomprando ações para inflar o seu valor, em vez de gastar em segurança. E como a empresa precisa retirar os aviões das fábricas para obter lucro, foi dada prioridade à aceleração das taxas de produção. Uma estratégia que não é mais sustentável hoje em dia. Fato é que a fabricante de aeronaves deve apertar rapidamente os parafusos em todas as suas linhas de produção para manter a confiança dos seus clientes.

Os clientes poderiam fugir da fabricante americana?

Dado a oferta e a procura, este risco é extremamente baixo. Desde a pandemia de Covid-19, os tempos de fabricação aumentaram ainda mais. Agora é preciso esperar sete anos até que a Airbus entregue uma aeronave, cinco anos para a Boeing. Mudar de fornecedor no meio do caminho significa adiar o recebimento de uma nova aeronave por vários anos. No entanto, as empresas têm necessidades cada vez maiores. Há, portanto, o suficiente para preencher as carteiras de encomendas dos dois rivais durante muitos anos.

A chinesa Comac está envolvida na promoção de seu C919, uma aeronave de corredor único. O modelo já está em serviço na China há alguns meses, mas ainda não obteve autorização para voar na Europa. Um sério obstáculo ao desenvolvimento comercial.

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