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Festival de esculturas de gelo na China vira palco para França atrair turistas chineses

A ministra francesa do Turismo, Olivia Grégoire, esteve no Festival de Esculturas de Neve e Gelo de Harbin, na China, para lançar o ano franco-chinês do turismo cultural. O objetivo é fazer com que o número de turistas chineses na França volte aos níveis de antes da pandemia de Covid-19.

Catedral Notre Dame de Paris de gelo é uma das atrações do no Festival de Esculturas de Neve e Gelo de Harbin, na China.
Catedral Notre Dame de Paris de gelo é uma das atrações do no Festival de Esculturas de Neve e Gelo de Harbin, na China. © RFI/Stéphane Lagarde
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Do enviado especial da RFI a Harbin, Stéphane Lagarde

As multidões dos invernos pré-Covid voltam a se acotovelar em Harbin, onde acontece o popular Festival de Neve e Gelo da cidade. Entre os principais monumentos deste ano está o símbolo do 60º aniversário das relações diplomáticas entre a França e a China: uma catedral Notre Dame de Paris com mais de 20 metros de altura esculpida no gelo.

“Li um romance sobre a Notre Dame de Paris no qual um cara estranho fazia os sinos tocarem. Gostei muito e gostaria de ver a Notre Dame na vida real” disse Wang Yetong, um estudante de 20 anos de passagem pelo local. “Dizem que os garotos e garotas são muito educados e cavalheiros na França. Eu realmente gostaria de ir para lá quando me formar”.

Entre a França e a China, nenhuma necessidade de ‘quebrar o gelo’: a cultura francesa desfruta de uma boa imagem na China. “O que nos preocupa, porém, são as questões de segurança”, afirma outro visitante, um bancário da província chinesa da Mongólia Interior. “Muita gente é assaltada em ônibus. Eles abrem o bagageiro e roubam as coisas. Ouvi falar até de mulheres chinesas ricas que compram um carro só para transportar as compras de luxo e também são roubadas”, relata. “Então, sim, quero ir para Paris, mas é um pouco assustador.”

Evento atrai milhares de visitantes na cidade de Harbin.
Evento atrai milhares de visitantes na cidade de Harbin. © RFI/Stéphane Lagarde

Por essas e outras razões, a ministra francesa do Turismo, Olivia Grégoire, fez a viagem para tranquilizar os responsáveis ​pelo setor na China e lembrar-lhes que o Mundial de Rugby organizado pela França ocorreu sem incidentes, em 2023. Este ano, 45 mil policiais, além dos 8 mil soldados da força antiterrorismo, serão mobilizados durante os Jogos Olímpicos.

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Recepção em mandarim

A França reforçou a presença policial em locais turísticos e oferece aos viajantes chineses uma recepção especial em mandarim.

“A qualidade do acolhimento – a compreensão da língua, por exemplo – é também um dos elementos de tranquilidade, em especial quanto às opiniões dos turistas chineses, cujo perfil tem evoluído. Além dos grupos, temos cada vez mais mulheres solteiras que vêm visitar França, mas também casais idosos”, aponta Grégoire.

“Quando você não fala francês nem inglês, é importante ter sinalização e também ter pessoas que possam atender e acompanhar você em chinês”, complementa a ministra.

Turismo cultural, Jogos Olímpicos, melhorias na segurança, mas também na conexão aérea: o número de voos para França aumentou oito vezes desde a reabertura das fronteiras chinesas, há um ano.

Segundo dados do Ministério do Turismo francês, quase 2 milhões de turistas chineses foram para França em 2019, representando mais de E 3,5 mil milhões em receitas, com uma das médias de gastos mais elevadas entre os turistas estrangeiros.

Catedral Notre Dame de gelo fez visitantes terem vontade de conhecer o monumento de perto, em Paris.
Catedral Notre Dame de gelo fez visitantes terem vontade de conhecer o monumento de perto, em Paris. © RFI/Stéphane Lagarde

Os clientes chineses representam 32% das vendas isentas de impostos: algumas lojas geram mais de 30% do seu volume de negócios graças aos clientes chineses. A frequência caiu com os anos da Covid (-69% no verão de 2023, em comparação com 2019), mas a recuperação está em curso, associada à retoma dos voos entre os dois países.

O Grupo Michelin, que é uma das patrocinadoras do turismo cultural deste ano e também vende pneus de avião, além de guias gastronômicos, vê a notícia com bons olhos. “Acho que estamos apenas começando de novo. Um dos nossos principais negócios são pneus para aeronaves. E na China, no mercado aéreo doméstico reencontramos os números de vendas de 2019”, salienta Mathew Ye, CEO da marca francesa na China. "Por outro lado, nos voos internacionais, ainda estamos apenas nos 60%", afirma.

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