ONU pede que Israel investigue crime de guerra na Faixa de Gaza
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez um apelo a Israel para que abra uma investigação sobre "um possível crime de guerra" cometido por parte de seu Exército em Gaza.
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A agência disse ter recebido "informações preocupantes" sobre a morte de "11 homens palestinos desarmados" na Cidade de Gaza, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (20). Os homens morreram na noite de terça-feira durante uma intervenção do Exército israelense em um prédio residencial da cidade, onde várias famílias estavam refugiadas.
Os soldados "separaram os homens das mulheres e crianças, e depois teriam atirado e matado pelo menos 11 homens (...) na frente de membros de suas famílias", segundo depoimentos divulgados pelo Observatório EuroMed dos Direitos Humanos.
O Escritório da ONU confirmou as mortes de 11 palestinos, mas destacou que as circunstâncias "estão em processo de verificação". As autoridades israelenses devem conduzir imediatamente uma investigação independente, exaustiva e eficaz sobre estas alegações", alertou.
Uma fonte oficial israelense disse que o relatório foi baseado em "fatos não verificados" e "infundados", o que representa "um novo exemplo do viés" adotado há anos a respeito de Israel pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
"As Nações Unidas não podem ser consideradas um parceiro sério quando os seus órgãos e agências servem continuamente como alto-falantes da propaganda palestina e escudos para os terroristas do Hamas", acrescentou a fonte, que pediu anonimato.
Depois de mais de dois meses de guerra em Gaza, a ofensiva israelense recebe cada vez mais críticas, e a pressão internacional a favor de uma trégua se multiplica.
As mortes de uma mãe e de sua filha pelas mãos de um soldado israelense em frente à única igreja católica em Gaza, no fim de semana passado, e as de três reféns israelenses enquanto agitavam uma bandeira branca geraram polêmica.
Israel condiciona trégua a libertação de reféns
Israel afirma estar aberto à ideia de uma trégua, mas exclui qualquer cessar-fogo antes que os reféns sejam soltos pelo Hamas. O grupo é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Mais de 20.000 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram em Gaza desde o início da ofensiva israelense, segundo o Hamas.
A guerra começou depois do sangrento ataque de 7 de outubro em Israel, quando os combatentes do movimento islamista mataram cerca de 1.140 pessoas e sequestraram quase 250. Delas, 129 ainda estão detidas em território palestino, segundo as autoridades.
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