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Líder do Hamas chega ao Egito para negociar trégua com Israel na Faixa de Gaza

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, chegou ao Cairo nesta quarta-feira (20) para discutir um cessar-fogo na Faixa de Gaza com o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamel. O presidente israelense, Isaac Herzog, disse nesta terça-feira (19) que "Israel está pronto para uma nova trégua e preparado para fornecer mais ajuda humanitária, o que permitirá a libertação dos reféns". 

Palestinos se reúnem nos escombros de uma casa destruída após os bombardeios em Khan Younes, no sul da Faiza de Gaza
Palestinos se reúnem nos escombros de uma casa destruída após os bombardeios em Khan Younes, no sul da Faiza de Gaza REUTERS - BASSAM MASOUD
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O primeiro cessar-fogo, ocorrido entre 24 de novembro e 1º de dezembro, levou à libertação de 105 reféns em Gaza, em troca de 240 palestinos detidos em prisões israelenses. As negociações desta quarta-feira devem abranger o fim dos combates, da guerra e “um acordo para a libertação de prisioneiros palestinos, além do fim do cerco imposto à Faixa de Gaza", disse uma fonte do Hamas.  

Em uma reunião com as famílias dos reféns, nesta terça-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que enviou duas vezes o chefe do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, à Europa, na tentativa de obter um "processo" para a libertação dos reféns. "Nosso dever é trazê-los todos de volta", insistiu. Cerca de 250 pessoas foram capturadas nos ataques do Hamas de 7 de outubro. Entre elas, 129 permanecem em Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Outras negociações paralelas estariam ocorrendo nos bastidores. Israel teria proposto, pelo Catar, uma nova trégua de pelo menos uma semana nos combates em Gaza para organizar a libertação de várias dezenas de reféns.

O Hamas exige que a pausa nos combates tenha início durante as negociações sobre a questão. Nesta terça-feira, a Jihad Islâmica, aliada do movimento islâmico, divulgou um vídeo de dois reféns vivos e pediu um compromisso que permitisse o retorno deles a Israel.

As negociações sobre um cessar-fogo também devem continuar nas Nações Unidas nesta quarta-feira (20). Apesar de várias tentativas, o Conselho de Segurança da ONU ainda não conseguiu adotar uma resolução para acelerar a entrega de ajuda humanitária a Gaza.

A votação foi adiada duas vezes. Os membros do conselho buscam uma “fórmula” textual que evite um veto dos Estados Unidos, principal aliado de Israel. A resolução, que em seu formato inicial pedia o "fim urgente e duradouro dos combates" em Gaza, agora menciona apenas a uma "suspensão" dos combates.

Israel prometeu destruir o Hamas, que controla Gaza desde 2007, depois que o movimento palestino atacou o território israelense em outubro. A ofensiva deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, de acordo com o último balanço divulgado por Israel.

No território palestino, 19.667 pessoas, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, morreram nos bombardeios israelenses, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do Hamas.

Crise humanitária

Na quarta-feira, uma série de ataques israelenses em Rafah, em Khan Younis, no sul, e em Deir el-Balah, no setor norte da Cidade de Gaza, mataram pelo menos 11 pessoas, de acordo com fontes do Hamas.

O Exército israelense está intensificando suas operações em Khan Yunis e disse ter encontrado explosivos em um centro médico no subúrbio de Shujaiya, na Cidade de Gaza. As tropas também destruíram túneis do Hamas e mataram membros do movimento em operações recentes.

Israel anunciou a morte de mais um soldado nesta quarta-feira. Um total de 133 militares israelenses morreram desde o início de sua ofensiva terrestre em Gaza, em 27 de outubro.

O território palestino está sitiado desde 9 de outubro e a maioria de seus hospitais está fora de serviço. Além disso, 85% de sua população, ou 1,9 milhão de pessoas, fugiram da destruição no norte do enclave para se refugiar no sul.

De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários divulgado na quarta-feira, metade da população sofre de fome extrema ou severa e 90% ficam sem comer o dia todo.

Embora 127 caminhões de ajuda e mercadorias tenham entrado no território na terça-feira através da passagem de Rafah, no Egito, e pela travessia de Kerem Shalom, no sul de Israel, os mantimentos são insuficientes para atender às necessidades mais básicas da população.  

"Sem a água limpa, alimentos e saneamento que só um cessar-fogo humanitário pode proporcionar, as mortes de crianças pela doença podem exceder as mortas nos bombardeios", alertou um porta-voz do Unicef na terça-feira.

Expansão do conflito

Além da situação em Gaza, a comunidade internacional também teme uma extensão do conflito ao Oriente Médio.

Na terça-feira, o Exército israelense disse ter atacado posições do Hezbollah, aliado islâmico do Hamas no Líbano, após interceptar tiros do país vizinho. Dois reservistas ficaram levemente feridos após dispararem contra uma posição israelense perto da fronteira, informou a organização em um comunicado.

No Iêmen, os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, prometeram continuar seus ataques a navios comerciais no Mar Vermelho, apesar do lançamento de uma nova força internacional de proteção marítima, que inclui 10 países.

Os ataques "ameaçam" o livre fluxo de mercadorias, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na terça-feira, durante uma reunião virtual com representantes de 43 países, realizada com o intuito de mobilizar outros parceiros.

Com informações da AFP

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