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Gaza tem menos da metade dos leitos hospitalares que tinha antes da guerra, diz OMS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, acusou nesta quarta-feira (29) “aqueles que têm influência” de não fazerem o suficiente para pôr fim aos combates em Gaza, onde o sistema de saúde está “totalmente sobrecarregado”, após semanas de bombardeios e combates.  Segundo ele, dos 3.500 leitos hospitalares que Gaza tinha antes da guerra, restam apenas 1.500. 

Palestinos feridos deitados no chão do hospital indonésio, no norte de Gaza, para receber tratamento médico. Em 16 de novembro de 2023.
Palestinos feridos deitados no chão do hospital indonésio, no norte de Gaza, para receber tratamento médico. Em 16 de novembro de 2023. © STRINGER / Reuters
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Tedros Ghebreyesus estimou que uma “pausa humanitária (prolongada), ou mesmo um cessar-fogo é possível” na Faixa de Gaza, mas com a condição de que “aqueles que têm influência levem isso a sério”. A fala aconteceu durante uma conferência de imprensa em Genebra, em que ele não nomeou os seus alvos. “É uma questão de vontade”, sublinhou Ghebreyesus num encontro tdedicado ao sistema de saúde no território palestino. 

Tedros disse que a pausa nos combates permitiu à OMS aumentar as entregas de suprimentos médicos para Gaza e transferir pacientes do hospital Al-Shifa, o maior do território, para outras instalações no sul da faixa de Gaza. “A maior preocupação da OMS continua sendo ajudar o sistema e os profissionais de saúde de Gaza”, disse Tedros.  

Atualmente, apenas 15 dos 36 hospitais de Gaza ainda funcionam com alguma capacidade, mas estão “completamente sobrecarregados”, destacou. 

Richard Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos ocupados, acrescentou: “Estamos extremamente preocupados com a vulnerabilidade do que chamo de sistema de saúde seriamente danificado”. 

A OMS estima que “há necessidade de 5 mil leitos, e para isso temos um longo caminho a percorrer”, acrescentou Peeperkorn. 

Dificuldades permancerão após fim do conflito 

O diretor de emergência da organização, Michael Ryan, alertou que “não há chance” de que as novas equipes médicas possam substituir a capacidade perdida no sistema de saúde de Gaza. “Amanhã, mesmo se a paz fosse declarada, teríamos um enorme desafio pela frente: um desafio de saúde pública absolutamente gigantesco”, disse ele. 

A Faixa de Gaza tem sido bombardeada por Israel desde o ataque do movimento islâmico Hamas, em 7 de outubro, que deixou 1.200 israelenses mortos e que levou à tomada de 240 reféns, segundo as autoridades israelenses. 

Os bombardeios - que segundo as autoridades do Hamas deixaram perto de 15.000 mortos - só cessaram quando foi estabelecida uma pausa humanitária no final da semana passada, para permitir a libertação de várias dezenas de reféns nas mãos dos movimentos jihadistas em Gaza, em troca da libertação de prisioneiros palestinos em Israel.

A trégua deve permitir também a aceleração da ajuda humanitária crucial para a sobrevivência de cerca de 2,4 milhões de habitantes de Gaza. 

(Com AFP)

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