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Terceira troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinos está prevista para este domingo

Uma nova troca de reféns mantidos na Faixa de Gaza por palestinos detidos em prisões israelenses deve ocorrer neste domingo (26), terceiro dia de cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. Dois grupos foram libertados desde sexta-feira (24), graças a uma trégua que pausou temporariamente a guerra no Oriente Médio.

Familiares acolhem a ex-detenta palestina Israa Jaabis em Jerusalém Oriental, libertada no sábado (25) por Israel.
Familiares acolhem a ex-detenta palestina Israa Jaabis em Jerusalém Oriental, libertada no sábado (25) por Israel. AFP - OREN ZIV
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Após uma série de tensões e impasses no sábado (25), as trocas ocorreram com várias horas de atraso. Mais tarde do que o previsto, o grupo Hamas permitiu finalmente a saída de 17 pessoas do cativeiro: 13 israelenses e quatro tailandeses. Em troca, Israel libertou outros 39 detentos palestinos de presídios no país. No total, 41 reféns e 78 prisioneiros palestinos foram libertados nos dois primeiros dias de trégua.

O acordo fechado na última quarta-feira (22) sob a coordenação do Catar, com a ajuda dos Estados Unidos e do Egito, prevê, no total, a troca de 50 reféns contra 150 detentos palestinos em quatro dias de trégua. 

O governo israelense indicou que conta com a lista de pessoas sequestradas que sairão do cativeiro neste domingo. No entanto, nem o número de reféns, nem suas identidades foram reveladas até o momento.

Ao mesmo tempo, dezenas de caminhões transportando ajuda humanitária continuam entrando na Faixa de Gaza, alvo de um estrito bloqueio israelense desde os ataques do Hamas em 7 de outubro.

"Guerra psicológica" 

O porta-voz das Forças Armadas israelenses, Doron Spielman, classificou o atraso para a libertação dos reféns israelenses de "guerra psicológica". O grupo Hamas acusou Israel de desrespeitar o compromisso, principalmente em relação à entrega de ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza, o que as autoridades israelenses negaram.

Pouco antes da meia-noite pelo horário local, o braço armado do movimento islâmico palestino Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, anunciou que havia entregue 13 reféns israelenses e quatro estrangeiros ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Imagens divulgadas pela televisão egípcia mostraram o comboio de reféns cruzando para o Egito através do posto de fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Autoridades israelenses posteriormente indicaram que o grupo havia chegado a Israel. Entre as pessoas que deixaram o cativeiro, há sete menores.

Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos na noite de sábado: 24 mulheres e 15 menores do sexo masculino.

Mobilização em Tel Aviv, carreatas na Cisjordânia

Em Tel Aviv, dezenas de milhares de pessoas se reuniram sábado no centro da capital para dar sequência à mobilização em prol da libertação de todas as pessoas sequestradas. Segundo as Forças Armadas do país, o Hamas fez 240 pessoas de reféns, no total. Cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, morreram no ataque do grupo extremista do 7 de outubro contra Israel. 

Na Cisjordânia ocupada, carreatas festejaram a libertação de detentos palestinos. "Vida longa à resistência e vida longa a todos aqueles que nos apoiaram", disse um dos ex-prisioneiros Wael Bilal Mashy, acolhido por uma multidão na localidade de Al-Bireh.

Em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel, as comemorações foram mais discretas. Membros das forças de segurança israelenses cercaram a casa de Israa Jaabis, de 39 anos, a prisioneira mais conhecida da lista. Ela foi condenada a 11 anos de prisão por ter explodido um bujão de gaz em uma barragem policial em 2015, ferindo um agente israelense.

"Tenho vergonha de falar de alegria quando a Palestina inteira está ferida", disse a jornalistas em sua casa, ao lado do filho, Moatassem Jaabis, de 13 anos. "Eles deveriam libertar todos", disse.

Israel mantém cerca de 6.700 pessoas em seus presídios, segundo o último balanço da ONG israelense HaMoked. A ofensiva do país contra a Faixa de Gaza deixou, desde 7 de outubro, cerca de 15 mil mortos, entre eles, 6.150 crianças e menores.

Comboios humanitários

Segundo a ONU, 248 caminhões carregando ajuda humanitária puderam entrar na Faixa de Gaza no sábado. No total, 61 veículos levaram água, alimentos e material médico ao norte do enclave.

Apesar dos avisos de Israel para a população deste setor da Faixa de Gaza fugir ao sul, milhares de pessoas aproveitaram a trégua para tentar voltar para suas casas no sábado. Muitos alegaram a necessidade de recuperar pertences, outros foram verificar o que restou de suas casas. Segundo o Ministério da Saúde palestino, sete pessoas foram feridas por tiros do exército israelense no norte.

"Estamos desarmados. Somos civis", declarou Mahmoud Masood, morador de Jabaliya. "Por que destruíram nossas casas?", questionou, diante dos escombros de sua antiga residência.

Segundo a ONU, mais da metade das casas da Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas. Cerca de 1,7 milhão de pessoas, do total de 2,4 milhões, foram obrigadas a se deslocar do norte ao sul do enclave nas últimas semanas.

Apesar da pausa nos ataques, que deve durar até segunda-feira (27), autoridades israelenses martelam que a guerra continuará. "Recomeçaremos a atacar Gaza logo que a trégua terminar" prometeu o chefe das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi.

(Com informações da AFP)  

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