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Israel reenvia trabalhadores palestinos a Gaza e ‘corta contato’ com território

Israel anunciou na noite de quinta (2) para sexta-feira (3) que enviaria de volta à Faixa de Gaza todos os trabalhadores palestinos retidos em território israelense desde o ataque do Hamas, em 7 de outubro, e que “cortaria todos os laços” com o território controlado pela organização islâmica.

Pessoas na passagem de Rafah (fronteira da Faixa de Gaza com o Egito) aguardam os trabalhadores palestinos que foram reenviados à Gaza por Israel, em 3 de novembro de 2023.
Pessoas na passagem de Rafah (fronteira da Faixa de Gaza com o Egito) aguardam os trabalhadores palestinos que foram reenviados à Gaza por Israel, em 3 de novembro de 2023. © IBRAHEEM ABU MUSTAFA / Reuters
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“Os trabalhadores de Gaza que estavam em Israel no dia em que a guerra começou serão enviados de volta para Gaza”, informou o gabinete de Segurança israelense em um comunicado. “Israel corta todos os laços com Gaza, não haverá mais trabalhadores palestinos de Gaza”, enfatizou o gabinete.

Cerca de 18,5 mil habitantes de Gaza tinham autorização de trabalho em Israel antes do início da guerra, de acordo com o Cogat, o departamento do Ministério da Defesa israelense que supervisiona as atividades civis nos territórios palestinos.

A princípio, o Cogat não informou o número de trabalhadores de Gaza que estavam em Israel no início do conflito. Este número é estimado em até 4 mil pessoas pela mídia israelense.

Blinken de volta ao Oriente Médio

A situação dos civis palestinos está entre as prioridades da visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que chegou na manhã desta sexta-feira a Tel Aviv. Ele pretende, em particular, pressionar Israel para garantir a proteção destes civis sitiados pela guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Esta é a segunda viagem do chefe da diplomacia americana ao Médio Oriente desde o início deste conflito, ocasião em que ele deve se reunir, ainda nesta sexta-feira, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e participar de uma reunião do seu gabinete de Segurança.

Durante esta viagem a Tel Aviv, e depois neste fim de semana à Jordânia, Blinken tem diversos objetivos: pressionar o aliado israelense a proteger os civis palestinos em Gaza e na Cisjordânia ocupada, e garantir um fluxo contínuo de ajuda humanitária que ainda chega em número muito pequeno à Faixa de Gaza, bombardeada implacavelmente pelo exército israelense.

“Vamos falar sobre medidas concretas que podem e devem ser tomadas para minimizar os danos causados ​​aos homens, mulheres e crianças de Gaza”, declarou na quinta-feira o secretário de Estado americano antes de deixar Washington.

Pressão internacional

Principal aliado de Israel, tanto político como militar, os Estados Unidos têm demonstrado um apoio inabalável desde o ataque sangrento sem precedentes perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro, mas estão sofrendo uma crescente pressão internacional sobre o número de civis palestinos mortos em represálias israelenses.

Blinken reafirmou o “direito de Israel de se defender” após o ataque do movimento islâmico palestino, mas, alinhado com a mudança sutil de tom do presidente Joe Biden, também se mostrou alarmado com o sofrimento dos civis palestinos.

Na quarta-feira (1º), Joe Biden afirmou ser a favor de uma “pausa” para permitir que os reféns do Hamas deixassem o enclave. A Casa Branca se recusou até agora a discutir um cessar-fogo, acreditando que isso estaria exclusivamente a favor do movimento islâmico palestino, mas já apelou a “pausas humanitárias” que permitam a entrega de ajuda ou realizar retiradas de civis.

“Sério risco de genocídio”

A guerra entre Israel e o Hamas entrou em seu 28º dia nesta sexta-feira e ainda ameaça envolver toda a região. Em retaliação ao ataque do movimento islâmico palestino em 7 de outubro, o exército israelense bombardeou incansavelmente a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e vem conduzindo operações terrestres no território há uma semana.

Do lado israelense, de acordo com as autoridades, pelo menos 1,4 mil pessoas foram mortas desde 7 de outubro, a maioria civis, no dia do ataque do Hamas. O Exército afirma que 242 reféns, entre israelenses e estrangeiros, continuam nas mãos do movimento islâmico palestino, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel.

Na Faixa de Gaza, mais de 9 mil pessoas, incluindo 3.760 crianças, foram mortas em bombardeios israelenses, aponta um relatório do Hamas. Especialistas da ONU expressaram sua apreensão, na quinta-feira, de que o povo palestino “corra o sério risco de genocídio”.

(Com informações da AFP)

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