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"Foi terrível", diz francês que conseguiu sair da Faixa de Gaza pelo posto de Rafah

Centenas de estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade conseguiram deixar a Faixa de Gaza em direção ao Egito desde quarta-feira (1°). Um arqueólogo francês que estava no território e conseguiu sair narra cenas de desespero no posto de Rafah, "a única via de fuga possível". 

Civis apresentam documentos de identidade e se preparam para sair da Faixa de Gaza através do posto de Rafah, na fronteira com o Egito, em 2 de novembro de 2023.
Civis apresentam documentos de identidade e se preparam para sair da Faixa de Gaza através do posto de Rafah, na fronteira com o Egito, em 2 de novembro de 2023. © SAID KHATIB / AFP
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Após ter ficado preso na Faixa de Gaza por quase um mês, o arqueólogo francês René Elter conseguiu chegar ao Cairo, na quarta-feira (1°), de onde falou com  à rádio France Bleu

"É um alívio", disse. "A única via de fuga possível era o posto de Rafah (…) foi terrível, as pessoas querem todas fugir, elas brigam, se empurram, gritam muito alto", conta.

"Depois de uma hora, uma hora e meia, conseguimos passar e entrar na primeira sala onde os passaportes são controlados. A multidão que empurrava do lado fora, agora se encontrava no interior e continuava a empurrar, a se irritar e a gritar", relata. 

"Nós esperávamos e esperávamos. Não estávamos no mesmo contexto (que os palestinos). Sabíamos que tínhamos nossa articulação para passar, só tínhamos que esperar. Não estávamos na mesma situação de pânico que todas aquelas famílias, mulheres e crianças que estão fugindo da guerra", disse. 

Sob bombardeios

Ele viajou para Gaza para realizar um trabalho para a ONG Première urgence internationale, em colaboração com a Escola francesa bíblica de Jerusalém, em agosto, e estava no enclave quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro. Desde então, ele e outros integrantes da missão ficaram sob os bombardeios do Exército israelense. 

"Estávamos protegidos, vamos dizer que poderia ser pior", relativiza, dizendo que as bombas caíam regulamente de "500 m a 1 km" de sua posição. O arqueólogo, que viaja regularmente há 20 anos para a região, foi finalmente retirado com outros estrangeiros para o Egito via Rafah. 

Atualmente num hotel no Cairo, ele diz estar “exausto por este mês de andanças, de fuga”. Desde o início dos bombardeios, o arqueólogo passou por vários acampamentos antes de chegar ao sul do enclave.

Na quarta-feira, as autoridades egípcias anunciaram a abertura excepcional do posto de fronteira de Rafah para permitir a passagem de 90 feridos palestinos e cerca de 500 pessoas com dupla nacionalidade e estrangeiros.

Na quinta-feira, a evacuação continuou, com a saída de 60 palestinos feridos e mais 400 estrangeiros. 

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