Um jornalista morre e outros ficam feridos em ataques na fronteira entre Israel e Líbano

Ao menos um jornalista morreu e vários ficaram feridos na sexta-feira (13) em um bombardeio perto da localidade de Alma el-Chaab, no sul do Líbano, alvo de bombas israelenses, segundo fontes de segurança libanesas.

Membros da defesa civil e autoridades libanesas carregam um jornalista ferido durante bombardeio israelense em Alma al-Chaab, no sul do Líbano, em 13 de outubro de 2023. © Hassan Ammar / AP

Os mísseis caíram sobre uma área onde estava um grupo de jornalistas de pelo menos três meios de comunicação diferentes, na aldeia fronteiriça de Alma el-Chaab, segundo uma repórter da AFP no local. Um cinegrafista da Reuters morreu, de acordo com a agência em um comunicado.

"Estamos profundamente tristes em saber que nosso cinegrafista Issam Abdallah foi morto”, diz o texto. "Issam fazia parte de uma equipe da Reuters no sul Líbano, que transmitia um sinal de vídeo ao vivo", especifica a declaração, acrescentando que a agência está buscando obter informações adicionais das autoridades regionais. Outros dois jornalistas da mesma equipe ficaram feridos, de acordo com a Reuters.

O jornalista da agência Reuters Issam Abdallah em uma selfie em Maras, na Turquia, em 11 de fevereiro de 2023. REUTERS - STAFF

Além deles, dois repórteres da rede Al-Jazeera também estão entre os feridos, segundo o canal do Catar.

No início do dia, o exército israelense bombardeou os arredores de várias cidades fronteiriças no sul do Líbano, após uma explosão na barreira que separa os dois países, segundo fontes de segurança e um correspondente da AFP.

Uma fonte de segurança libanesa relatou uma “tentativa de infiltração” no Líbano. Houve trocas de tiros na fronteira após esta tentativa, segundo al-Manar, o canal libanês do Hezbollah.

O exército israelense, por sua vez, anunciou que realizou disparos de artilharia em território libanês após “uma explosão na cerca da fronteira”.

Bombardeios na fronteira com o Líbano

Os bombardeamentos israelenses já tinham atingido os arredores das aldeias de Dhayra e Aalma ech-Chaab, segundo correspondentes da AFP no local.

No início da noite, o Hezbollah indicou num comunicado que tinha respondido “aos ataques israelenses na tarde de sexta-feira”, visando “várias posições”.

A região fronteiriça tem sido palco de confrontos regulares há quase uma semana, mas as operações têm permanecido até agora limitadas, como os bombardeamentos israelitas nas proximidades das aldeias fronteiriças no sul do Líbano.

O poderoso Hezbollah pró-iraniano tem se contentado até agora com uma intervenção comedida na guerra desencadeada no sábado (7) por um ataque lançado pelo seu aliado, o Hamas palestino, contra Israel, que já deixou milhares de mortos em ambos os campos.

Na segunda-feira (9), o partido xiita disse que os ataques israelenses mataram três de seus membros, enquanto combatentes palestinos assumiram a responsabilidade por uma tentativa frustrada de infiltração.

No dia seguinte, o braço armado do movimento islâmico Hamas assumiu a responsabilidade pelo lançamento de mísseis do sul do Líbano, enquanto Israel anunciou que tinha como alvo os postos de observação do Hezbollah.

O “equilíbrio do terror” tem prevalecido desde a guerra de 2006 entre o Líbano e o Hezbollah, que deixou mais de 1.200 mortos no lado libanês, a maioria civis, e 160 no lado de Israel, em sua maioria militares.

(Com AFP)