Acessar o conteúdo principal

Aumento do turismo no Líbano alivia efeitos da grave crise ecônomica no país

No Líbano, a temporada de verão está em plena atividade e oferece um "respiro de ar fresco" para o setor do turismo, que é um dos pilares da economia do país. Os turistas, e principalmente os libaneses que vivem no estrangeiro, estão de volta depois de três anos marcados pela pandemia de Covid-19 e uma das piores crises econômicas do mundo segundo o Banco Mundial.

Banhistas na praia de um resort na vila de Thoum, no norte do Líbano, na temporada de verão de 2023.
Banhistas na praia de um resort na vila de Thoum, no norte do Líbano, na temporada de verão de 2023. AFP - JOSEPH EID
Publicidade

Segundo o Ministério do Turismo do Líbano, nos primeiros meses de 2023, o aumento no número de desembarques no aeroporto de Beirute, principal porta de entrada do país, chegou a ser exponencial em relação a 2021, com aumento de mais 230%. Neste verão, o Líbano espera dois milhões de visitantes, um recorde desde o início da crise econômica em 2019.

Conhecida por suas ruínas, seus antigos souks e suas praias, a cidade portuária de Biblos, localizada a cerca de 30 km de Beirute, vê novos visitantes passeando por suas vielas. A maioria é da diáspora, como Rita, de 31 anos, moradora em Paris, que conversou com a correspondente da RFI, Sophie Guignon.

“As pessoas são muito acolhedoras, onde quer que a gente vá tem gente. É bom morar aqui. Então você realmente se sente de férias. Ao trazer moeda, dólares, para o país, contribuímos em nossa pequena escala para o turismo e a economia”, comentou Rita.

Para Miled Nasr, gerente do restaurante Pépé Byblos Fishing Club, a temporada atual está sendo um alívio, mas ainda não se compara ao passado: "Ao meio-dia, deveríamos ter 150 pessoas para o almoço e costumávamos ter um segundo serviço às 15h e outro à noite. Não conseguimos mais fazer isso. Não há tantos turistas como antes da crise, mas ainda está melhor do que no ano passado, que foi uma temporada condenada. Este ano está melhor. Para visitantes do Golfo, Europa ou América, o Líbano não é caro", constata o gerente.

Miled Nasr espera especialmente que os incidentes de segurança não atrapalhem o final da temporada turística. Esta semana, o Líbano testemunhou um tiroteio que matou duas pessoas na cidade de Kahale, após uma briga entre moradores e milicianos do Hezbollah. 

Altas tensões em Beirute após confronto armado perto da capital

Um membro do Hezbollah e um morador de uma localidade predominantemente cristã a sudeste de Beirute foram mortos em um confronto armado na noite de quarta-feira (9). O incidente ocorreu na localidade de Kahale, localizada 15 km a sudeste de Beirute. Esta cidade é uma passagem necessária entre a planície oriental do Bekaa e a capital libanesa.

Foi na estrada para Kahale que um caminhão do Hezbollah, que provavelmente transportava caixas de munição, capotou. Houve confrontos entre a escolta armada do veículo e moradores locais que tentavam abordar o caminhão. A ex-milícia cristã das Forças Libanesas, agora um partido político, acusou o Hezbollah de "atirar diretamente contra civis tentando salvar o motorista do caminhão capotado".

Um comunicado do Hezbollah, por sua vez, afirmou que "a escolta do caminhão respondeu a disparos que atingiram fatalmente" um de seus integrantes. De qualquer maneira, moradores furiosos bloquearam a estrada depois que os agentes do Hezbollah se retiraram e tentaram apreender a carga.

O exército libanês se posicionou em massa para evitar qualquer escalada e supervisionar o descarregamento e a movimentação do veículo. Militares também se posicionaram ao longo da antiga linha de demarcação que separava os bairros cristãos e xiitas em Beirute, onde grupos de jovens de ambos os lados começaram a se reunir nos becos.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.