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Em Tóquio, chanceler iraniano garante que Teerã não vende armas usadas na Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores do Irã se reuniu, nesta segunda-feira (7), em Tóquio, com o seu homólogo japonês, no momento em que a República Islâmica procura reduzir o seu isolamento no cenário internacional. Paralelamente, Japão desenvolve plano para despejar águas da central de Fukushima no mar. 

Sistema de defesa aérea da Ucrânia intercepta um drone Shahed em pleno voo em ataque russo a Kiev, em 2/7/23.
Sistema de defesa aérea da Ucrânia intercepta um drone Shahed em pleno voo em ataque russo a Kiev, em 2/7/23. AP - Evgeniy Maloletka
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Embora fiel aliado dos Estados Unidos e integrante do G7, do qual inclusive é o país anfitrião este ano, o Japão tradicionalmente mantém relações cordiais com o Irã, apesar das sanções econômicas internacionais que atingiram Teerã devido a seu programa nuclear.

Essas sanções também aumentaram desde 2022, após a repressão sangrenta de manifestações massivas no Irã e a reaproximação da República Islâmica com Moscou desde o início da guerra na Ucrânia. Os Estados Unidos acusam Teerã de fornecer armas à Rússia, incluindo drones Shahed.

"Não escolhemos um lado em nenhuma guerra", disse Hossein Amir-Abdollahian a repórteres antes de sua reunião com Yoshimasa Hayashi, negando que Teerã tenha fornecido armas a Moscou, informou a agência de notícias Jiji.

O Irã "nunca forneceu drones a nenhum país para uso na Ucrânia", acrescentou a mesma fonte.

Uma reportagem da CNN de fevereiro denuncia que a Rússia modificou os drones Shahed para que tivessem maior impacto nas explosões. 

De acordo com o governo ucraniano, citado pelo Washington Post em outubro de 2022, os russos encomendaram 2.400 drones iranianos, rebatizados de Geran por Moscou. 

Amir-Abdollahian deveria se encontrar ainda com o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, de acordo com o canal de televisão japonês TBS.

O Japão deveria pedir novamente ao Irã que pare de fornecer armas à Rússia, segundo o TBS, citando várias fontes do governo japonês.

O Ministério das Relações Exteriores do Japão disse em comunicado que Hayashi "pediu ao Irã que tome uma ação construtiva, reiterando a posição do Japão sobre a invasão russa da Ucrânia".

Reuniões presenciais desse nível entre Teerã e Tóquio não eram organizadas no Japão desde 2019.

Durante conversa telefônica anterior com o chanceler iraniano em abril, Hayashi expressou novamente o desejo do Japão de retomar o acordo nuclear iraniano, concluído em 2015, mas inoperante desde a retirada dos Estados Unidos do programa, em 2018.

Teerã está mantendo negociações indiretas com os Estados Unidos com vistas a reativar o acordo, mas sem sucesso até agora.

A diplomacia japonesa disse em comunicado que Tóquio tem "sérias preocupações sobre as atividades nucleares do Irã" e pediu ao Irã que tome "medidas construtivas, incluindo cooperação total e incondicional" com a AIEA.

Águas de Fukushima no mar

O Japão está prestes a lançar as águas radioativas da usina nuclear danificada em Fukushima no oceano já no final do mês, informou nesta segunda-feira o jornal japonês Asahi Shimbun, citando fontes governamentais não identificadas.

A descarga de água ocorrerá logo após a viagem do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida aos Estados Unidos para explicar ao presidente dos EUA, Joe Biden, e ao presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, as modalidades do procedimento e a garantia da segurança da operação, continua o diário.

Nenhuma data específica foi comunicada, disse o porta-voz do governo Hirokazu Matsuno durante uma coletiva de imprensa.

O órgão regulador nuclear japonês autorizou no mês a operadora Tepco (Tokyo Electric Power) a jogar no oceano os milhões de metros cúbicos de água contaminada do desastre nuclear em Fukushima.

Autoridades querem começar a operação antes da temporada de pesca, que começa em setembro, explica o diário.

(com agências)

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