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'Guerra dos grãos': UE adverte que Rússia procura criar novas dependências

A União Europeia (UE) alertou os países em desenvolvimento de que a Rússia estaria oferecendo cereais para "criar novas dependências e exacerbar as vulnerabilidades econômicas e a insegurança alimentar global", mostra um comunicado publicado na noite de quarta-feira (2).

Ataques com drones russos atingem estruturas do porto de Danúbio, em 02 de agosto de 2023.
Ataques com drones russos atingem estruturas do porto de Danúbio, em 02 de agosto de 2023. © Alexander Kubrakov, les réseaux sociaux
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O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, escreveu aos países em desenvolvimento e membros do G20 na segunda-feira (31), pedindo-lhes que falem "com uma voz clara e unida" para levar Moscou de volta ao acordo sobre exportações de grãos pelo Mar Negro.

Os preços dos grãos dispararam depois que a Rússia suspendeu, no mês passado, sua participação no acordo firmado em julho de 2022, que permitia a exportação de grãos ucranianos.

“À medida que o mundo enfrenta interrupções no fornecimento e aumento dos preços, a Rússia se aproxima de países vulneráveis ​​com ofertas bilaterais para entregas de grãos a preços reduzidos, fingindo resolver um problema que Moscou mesmo criou”, declarou Borrell.

“Esta é uma política cínica, usando deliberadamente a comida como arma para criar novas dependências, exacerbando as vulnerabilidades econômicas e a insegurança alimentar global”, ele acrescentou.

 

 

Fornecimento gratuito

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na semana passada que a Rússia estava pronta para fornecer grãos à África, em parte gratuitamente.

Moscou indicou que consideraria retornar ao acordo de grãos se suas demandas sobre as exportações russas de cereais e fertilizantes, que acredita estarem sendo prejudicadas, forem atendidas.

"A UE trabalhou arduamente para garantir que as sanções não tivessem impacto na segurança alimentar em países terceiros. Nenhuma sanção afeta as exportações russas de alimentos e fertilizantes para países terceiros", escreveu Josep Borrell.

O chefe de política externa do bloco acrescentou que a UE "continuará a apoiar os esforços incansáveis" das Nações Unidas e da Turquia para reviver o acordo.

Borrell compartilhou sua carta com seus colegas da União Europeia para "combater a desinformação russa sobre a segurança alimentar global e o impacto das sanções europeias".

"Infraestrutura essencial"

Na quarta-feira, a França acusou a Rússia de "deliberadamente" colocar a segurança alimentar mundial em risco "destruindo a infraestrutura essencial" para a exportação de grãos.

De acordo com as autoridades ucranianas, 40 mil toneladas de grãos, destinadas à exportação, foram destruídas por ataques russos às infraestruturas portuárias do Danúbio.

Os cereais destruídos destinavam-se "a países africanos, China e Israel", informou a Ucrânia.

(Com informações da Reuters)

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