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Porta-aviões chinês cruza o Estreito de Taiwan, diz Taipei

O Ministério da Defesa de Taiwan informou neste sábado (27) que três navios chineses, incluindo o porta-aviões Shandong, cruzaram o Estreito de Taiwan. As embarcações ultrapassaram a linha de fronteira invisível entre Taiwan e a China Continental, traçada unilateralmente pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria, que Pequim se recusa a reconhecer.

O porta-aviões chinês Shandong, em 29 de maio de 2020, em Sanya, sul da China.
O porta-aviões chinês Shandong, em 29 de maio de 2020, em Sanya, sul da China. © Li Gang / AP
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"Uma flotilha de três navios do PLA (Exército de Libertação do Povo), liderada pelo porta-aviões Shandong, passou pelo Estreito de Taiwan por volta do meio-dia de hoje", afirmou o ministério da Defesa taiwanês, em um comunicado.

A presença de navios de guerra chineses no Estreito de Taiwan é constantemente monitorada por Taipei. Porém, a do porta-aviões Shandong é incomum.

As forças armadas de Taiwan "monitoram a situação e designaram aeronaves (patrulha aérea civil), navios da marinha e sistemas de mísseis terrestres para responder a essas atividades", reagiu o ministério da Defesa de Taiwan.

Desde o fim da Guerra Civil Chinesa, em 1949, a China vê Taiwan como uma província que ainda não conseguiu reunificar com o resto de seu território. Taiwan reivindica a sua independência da China, que ameaça uma reintegração à força.

Contexto de tensão

Para Steve Tsang, diretor do SOAS China Institute da Universidade de Londres, a passagem do porta-aviões Shandong no Estreito de Taiwan é "muito incomum". "Mas os chineses têm tentado demonstrar seu poderio militar em torno de Taiwan nos últimos seis meses ou mais", destaca. Assim, o aparecimento do porta-aviões Shandong no estreito faz parte deste "contexto geral", acrescentou o analista.

A última vez que autoridades taiwanesas relataram a presença do porta-aviões chinês no Estreito de Taiwan havia sido em março de 2022.

As relações entre Pequim e Taipei se deterioraram nos últimos anos, quando a China intensificou as incursões militares ao redor da ilha.

A demonstração de força de Pequim ocorre pouco mais de um mês após manobras militares ao redor da ilha, em abril, que visavam cercar Taiwan por três dias. Durante esses exercícios, Pequim simulou bombardeios direcionados contra a ilha autônoma e até um cerco a Taiwan. No último dia de operações, as autoridades taiwanesas detectaram 12 navios de guerra chineses e 91 aviões.

Uma análise realizada pelo Centro de Estratégias e Estudos Internacionais (CSIS) aponta que, caso a China tente invadir Taiwan, os norte-americanos devem intervir para manter a independência da ilha. Com isso, os pesquisadores vão além: eles indicam que a perspectiva de um conflito aberto entre as duas superpotências mundiais é provável e deve acontecer entre os dias atuais e 2027.

 

(Com informações da RFI)

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