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Scholz na América Latina: chanceler alemão vai encontrar Lula e anunciar apoio à Amazônia

O chanceler alemão, Olaf Scholz, começou neste sábado (28) uma turnê pela América Latina. Ele será o primeiro líder ocidental a visitar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a sua posse. Acompanhado por uma dezena de empresários, Scholz segue para a Argentina - onde encontra o presidente Alberto Fernandez ainda na noite deste sábado - para o Chile e termina a viagem no Brasil, de onde retorna na quarta-feira (01).

O chanceler alemão Olaf Scholz será o primeiro líder ocidental a encontrar Lula após a reeleição.
O chanceler alemão Olaf Scholz será o primeiro líder ocidental a encontrar Lula após a reeleição. AP - Markus Schreiber
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Ricos em matérias-primas, terras raras e lítio, o novo ouro branco da transição energética, estes três países “são parceiros muito interessantes” para a principal economia europeia, sublinha fonte do governo alemão.

No que diz respeito às energias renováveis, hidrogênio verde e comércio responsável de matérias-primas, queremos fortalecer concretamente nossa cooperação com nossos parceiros na América Latina e no Caribe”, disse o chanceler em entrevista ao coletivo de jornais Grupo de Diarios América (GDA).

A visita ocorre em um momento em que as empresas alemãs buscam novas oportunidades no exterior após o choque econômico causado pela invasão russa da Ucrânia e em que crescem as preocupações com a forte dependência comercial da China.

"A Alemanha é um dos principais investidores da UE no Brasil", observa Roberto Goulart Menezes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), destacando que o "tamanho do mercado brasileiro" o torna um país atrativo para os europeus.

 Avançando no Mercosul  

Berlim e outras capitais europeias esperam virar a página das relações tumultuadas durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro com o retorno de Lula ao poder. Muitas dessas potências gostaria, em particular, de avançar no projeto de acordo de livre comércio entre a UE e os países sul-americanos do Mercosul.

"Apoiamos fortemente os esforços da Comissão Europeia para chegar rapidamente a um acordo com os parceiros do Mercosul", sublinhou o chanceler na entrevista.

Finalizado em 2019, o acordo nunca foi ratificado devido, principalmente, a preocupações com a política ambiental de Bolsonaro. O encontro de Scholz com Lula, que na quarta-feira (25) considerou "urgente" a conclusão dessa união aduaneira, deve permitir avanços, apesar da grande relutância na Europa por parte de fazendeiros e ambientalistas.

O Chile modernizou recentemente seu acordo de livre comércio com a UE, o que deve reduzir a maior parte das tarifas alfandegárias. Assim como na África, a China é muito ativa na América Latina, onde compete com os EUA e os europeus. É uma questão para a Alemanha, como para a UE, não desistir do campo. "Só temos de ser melhores do que eles", disse a mesma fonte do governo alemão.

A Alemanha antes "hesitava" em participar na extracção de lítio, que é um "caso delicado" do ponto de vista social e ambiental, reconhece esta fonte.

“Não podemos mais nos dar a esse luxo hoje se realmente quisermos nos sustentar e ter nossas próprias fontes de abastecimento”, continuou.

"Desmantelamento da propaganda russa"

A questão ambiental também está na agenda de Olaf Scholz. Após a vitória eleitoral de Lula em 30 de outubro, a Alemanha, o segundo maior financiador para a proteção da floresta amazônica depois da Noruega, disse que estava pronta para retomar sua massiva ajuda financeira, suspensa em 2019. O governo Bolsonaro havia “fechado as portas da diplomacia ambiental”, lembra Roberto Goulart Menezes. Por outro lado, Lula está empenhado em priorizar a preservação da maior floresta tropical do planeta.

Berlim também pretende garantir o apoio dos três países visitados contra a Rússia. É "muito importante" explicar nossa posição e "desmantelar a propaganda russa", afirma a fonte alemã. Argentina, Chile e Brasil condenaram a invasão russa da Ucrânia na ONU, mas nenhum adotou sanções econômicas contra Moscou.

Lula chegou a receber críticas ao declarar, em 20 de dezembro, que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, era "tão responsável" pelo conflito em seu país quanto Vladimir Putin.

Com informações da AFP

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