Eurodeputada envolvida em escândalo de corrupção é destituída da vice-presidência do Parlamento Europeu
O Parlamento Europeu destitui a eurodeputada grega Eva Kaili do cargo de vice-presidente nesta terça-feira (13). A decisão foi aprovada quase por unanimidade pelos 628 deputados presentes em Estrasburgo em sessão plenária, com 625 votos a favor, um contra e duas abstenções. Era necessária uma maioria de dois terços.
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Mesmo cinco dias depois das primeiras detenções do caso, a suspeita de corrupção que abala a instituição europeia é o centro das atenções da imprensa francesa. As acusações que caem sobre a agora ex-vice-presidente, que ameaçam a credibilidade da instituição europeia, figuram nas primeiras páginas dos principais jornais da França.
"Eva Kaili, a eurodeputada grega estopim do escândalo" afirma a manchete do Le Figaro, acrescentando que a maior urgência agora é limitar os estragos sobre uma instituição que pretende ser a mais democrática na União Europeia, abrindo uma luta contra a corrupção e a defesa do Estado de Direito.
In view of the ongoing investigations,@Europarl_EN has decided that Eva Kaili is no longer one of its Vice-Presidents.
— Roberta Metsola (@EP_President) December 13, 2022
This decision is effective immediately.
We will continue to fully cooperate with relevant national law enforcement and judicial authorities.
Le Monde destaca a onda de choque detonada pelas revelações, com uma sequência de reuniões de urgência que tomou o Parlamento. O diário lembra ainda que o episódio levanta o debate entre os eurodeputados para criarem e adotarem medidas que garantam a ética e a regulação na casa.
"Eva Kaili, da ascensão fulgurante à derrocada", sintetiza o Libération, que coloca a eurodeputada "no epicentro do terremoto" que faz tremer o Parlamento Europeu. Para o jornal francês, sua prisão, bem como de outros envolvidos próximos a ela, no final da semana passada, é símbolo das carências da instituição, entre descontrole, impunidade, prevaricação e clientelismo.
Já Les Echos se refere ao escândalo como "Catargate", como já vem se tornando conhecido pela suspeita do envolvimento no caso do emirado que sedia a atual Copa do Mundo, e destaca a proposta da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, de criar uma autoridade independente que cubra todas as instituições da União Europeia.
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