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Irã executa primeiro manifestante de protestos que tomaram conta do país

O Irã executou, nesta quinta-feira (8), um homem acusado de ferir um paramilitar e de ter bloqueado o tráfego em uma avenida de Teerã, em 25 de setembro, durante as manifestações que ocorrem há cerca de três meses no país. O movimento de contestação foi desencadeado após a morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, detida pela polícia por desrespeitar a lei que impõe o uso do véu muçulmano.

Manifestação contra a repressão no Irã, no dia 27 de outubro
Manifestação contra a repressão no Irã, no dia 27 de outubro AP
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De acordo com o Mizan online, a agência oficial do Judiciário no Irã, Mohsen Shekari bloqueou a avenida Sattar Khan e feriu, com uma machadinha, um membro da paramilícia Bassidj, que atua reprimindo as manifestações para o governo. 

No total, 11 pessoas podem ser condenadas à pena de morte por participar das manifestações. O veredito preliminar foi anunciado no dia 1° de novembro pelo tribunal revolucionário de Teerã. O recurso foi rejeitado pela Corte Suprema, no dia 20 de novembro.

Segundo a Justiça iraniana, Mohsen Shekari foi reconhecido culpado por ter usado uma arma "com a intenção de matar, provocar o terror e gerar desordem, colocando em risco a segurança da sociedade." O integrante da milícia Bassidj que ficou ferido levou 13 pontos, de acordo com a agência de Justiça iraniana. O acusado, Sheikari tentou fugir, mas foi detido pelas autoridades do país. Em seu interrogatório, ele reconheceu a agressão.

Nesta terça-feira, a justiça iraniana condenou cinco pessoas pela morte de um paramilitar nas manifestações. Milhares de pessoas já foram indiciadas por participar das manifestações e mais de 2.000 foram consideradas culpadas, a metade em Teerã.

Protestos tomaram conta das ruas do Irã, como em Saqez (foto de outubro 2022), cidade natal de Mahsa Amini, jovem curda iraniana morta após ter sido detida pela polícia moral em Teerã por usar um véu de forma considerada imprópria.
Protestos tomaram conta das ruas do Irã, como em Saqez (foto de outubro 2022), cidade natal de Mahsa Amini, jovem curda iraniana morta após ter sido detida pela polícia moral em Teerã por usar um véu de forma considerada imprópria. AFP - -

Balanço de mortes

Pelo menos 448 pessoas foram mortas nos protestos, segundo um balanço da Iran Human Rights (IHR), uma ONG com sede em Oslo.

O aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima da República Islâmica, de 83 anos, acusa os Estados Unidos e seus aliados, como Israel, de formentar "distúrbios" no país. "Minha preocupação sempre foi e sempre será o povo iraniano, em particular as mulheres", disse Hoseini em sua carta, na qual acusou o regime de "trazer nada além de sofrimento e opressão (...) aos iranianos".

(Com informações da AFP)

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