Irã executa primeiro manifestante de protestos que tomaram conta do país
O Irã executou, nesta quinta-feira (8), um homem acusado de ferir um paramilitar e de ter bloqueado o tráfego em uma avenida de Teerã, em 25 de setembro, durante as manifestações que ocorrem há cerca de três meses no país. O movimento de contestação foi desencadeado após a morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, detida pela polícia por desrespeitar a lei que impõe o uso do véu muçulmano.
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De acordo com o Mizan online, a agência oficial do Judiciário no Irã, Mohsen Shekari bloqueou a avenida Sattar Khan e feriu, com uma machadinha, um membro da paramilícia Bassidj, que atua reprimindo as manifestações para o governo.
No total, 11 pessoas podem ser condenadas à pena de morte por participar das manifestações. O veredito preliminar foi anunciado no dia 1° de novembro pelo tribunal revolucionário de Teerã. O recurso foi rejeitado pela Corte Suprema, no dia 20 de novembro.
Segundo a Justiça iraniana, Mohsen Shekari foi reconhecido culpado por ter usado uma arma "com a intenção de matar, provocar o terror e gerar desordem, colocando em risco a segurança da sociedade." O integrante da milícia Bassidj que ficou ferido levou 13 pontos, de acordo com a agência de Justiça iraniana. O acusado, Sheikari tentou fugir, mas foi detido pelas autoridades do país. Em seu interrogatório, ele reconheceu a agressão.
Nesta terça-feira, a justiça iraniana condenou cinco pessoas pela morte de um paramilitar nas manifestações. Milhares de pessoas já foram indiciadas por participar das manifestações e mais de 2.000 foram consideradas culpadas, a metade em Teerã.
Balanço de mortes
Pelo menos 448 pessoas foram mortas nos protestos, segundo um balanço da Iran Human Rights (IHR), uma ONG com sede em Oslo.
O aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima da República Islâmica, de 83 anos, acusa os Estados Unidos e seus aliados, como Israel, de formentar "distúrbios" no país. "Minha preocupação sempre foi e sempre será o povo iraniano, em particular as mulheres", disse Hoseini em sua carta, na qual acusou o regime de "trazer nada além de sofrimento e opressão (...) aos iranianos".
(Com informações da AFP)
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