Sete cidadãos franceses estão atualmente detidos no Irã; França denuncia "diplomacia de reféns"
Até agora, as autoridades francesas sabiam que o Irã detinha cinco cidadãos franceses ou franco-iranianos. Porém, neste sábado (12), a ministra das Relações Estrangeiras, Catherine Colonna, confirmou ao jornal Le Parisen que outros dois cidadãos franceses foram presos, elevando para sete o número de franceses detidos nas prisões da República Islâmica.
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Catherine Colonna garante que seu ministério está mobilizado para libertá-los. Numa entrevista ao diário, a chefe da diplomacia francesa afirmou que atualmente há sete e não cinco franceses ou franco-iranianos detidos em prisões iranianas. E por “falsas razões”, acredita a ministra. Ela pede a libertação imediata e direitos de visita consular aos cidadãos franceses. Numa conversa com o seu homólogo iraniano, este teria assumido o compromisso de respeitar esse direito.
A chefe da diplomacia francesa lembra o Irã de suas obrigações internacionais e envia este aviso a Teerã. “Se o objetivo era chantagear, não deverá funcionar. Este é o caminho errado para a França”, diz Catherine Colonna. Ela denuncia essa “diplomacia de reféns”.
Entre os sete detidos estão o pesquisador franco-iraniano Fariba Adelkhah, preso em junho de 2019 e condenado a cinco anos de prisão por minar a segurança nacional, Benjamin Brière, preso em maio de 2020 e condenado a oito anos e oito meses de prisão por espionagem, e dois sindicalistas, Cécile Kohler e Jacques Paris, detidos em maio passado.
Vinte cidadãos ocidentais detidos
De acordo com informações publicadas na sexta-feira (11) pelo jornal Le Figaro, os dois cidadãos franceses já estão presos há vários meses, ou seja, antes do início das manifestações sem precedentes que abalam o Irã desde 16 de setembro.
Ao todo, mais de vinte cidadãos de países ocidentais, a maioria com dupla nacionalidade, estão detidos ou retidos no Irã. A França pediu aos seus cidadãos que deixem o país o mais rápido possível para não se exporem ao risco de detenção arbitrária.
Pelo menos 326 manifestantes foram mortos na repressão ao movimento de protesto que abala o Irã desde setembro, de acordo com o último balanço da Iran Human Rights, com sede em Oslo, divulgado neste sábado.
O Irã tem sido palco de protestos desde a morte de Mahsa Amini, uma curda-iraniana de 22 anos, presa três dias antes pela polícia de costumes por supostamente violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica.
Ativistas convocaram novas manifestações no Irã para esta terça-feira (15), para marcar o 3º aniversário de um protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis, no qual dezenas de pessoas foram mortas.
(Com informações da AFP)
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