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EUA sancionam polícia do Irã após morte de jovem presa por causa de véu islâmico

O governo americano impôs, nesta quinta-feira (22), sanções econômicas à polícia moral do Irã após a morte, sob custódia policial, de Mahsa Amini. A jovem de 22 anos foi presa por, em tese, usar o véu muçulmano de forma inadequada. 

Mulheres protestam contra morte de Mahsa Amini em Istambul
Mulheres protestam contra morte de Mahsa Amini em Istambul AP - Francisco Seco
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O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusou a polícia moral de ser "responsável" pela morte de Amini e justificou as sanções pelo "abuso e violência contra as mulheres iranianas e pela violação dos direitos dos manifestantes iranianos pacíficos".

 Washington tomou a medida das sanções após violentos protestos em todo Irã, que deixaram dezenas de mortos. Mulheres manifestantes queimaram véus e denunciaram a perseguição de que são objeto, por parte do governo. Amini, uma jovem iraniana de origem curda, havia sido detida pela unidade de moralidade pública da polícia nacional.

"Mahsa Amini foi uma mulher corajosa, cuja morte sob custódia policial foi outro ato de brutalidade das forças de segurança do regime iraniano contra seu próprio povo", declarou a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.

"Condenamos este ato inconcebível nos termos mais enérgicos e pedimos ao governo iraniano que ponha fim a sua violência contra as mulheres e a sua violenta repressão da liberdade de expressão e de reunião", afirmou em um comunicado.

Perseguição sistemática

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse, em um comunicado, que "o governo iraniano deve pôr fim a sua perseguição sistemática das mulheres e permitir protestos pacíficos". "Os Estados Unidos continuarão expressando seu apoio aos direitos humanos no Irã e vão responsabilizar aqueles que os violarem", acrescenta o texto.

O Tesouro também impôs sanções ao chefe da polícia moral, Mohammad Rostami Cheshmeh Gachi; ao chefe da divisão da polícia moral de Teerã, Haj Ahmad Mirzaei, e outros cinco funcionários de segurança de alto escalão envolvidos na repressão aos manifestantes.

As sanções têm como objetivo congelar ativos que os designados possam ter sob jurisdição dos Estados Unidos e proibir qualquer indivíduo ou empresa americanos, incluindo os bancos internacionais com operações no país, de fazer negócios com eles, limitando seu acesso às redes financeiras globais.

Protesto pela morte de Mahsa Amini, uma mulher que morreu depois de ser presa pela "polícia de moralidade" da República Islâmica, em Teerã, Irã, 21 de setembro de 2022.
Protesto pela morte de Mahsa Amini, uma mulher que morreu depois de ser presa pela "polícia de moralidade" da República Islâmica, em Teerã, Irã, 21 de setembro de 2022. via REUTERS - WANA NEWS AGENCY

Biden elogia "mulheres corajosas"

Desde o anúncio da morte de jovem, na última sexta-feira, manifestações noturnas se sucedem em todo o país e chegaram a Qom, cidade natal do líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Durante os protestos, algumas manifestantes iranianas desafiaram as autoridades, tiraram seus hijabs e os queimaram ou cortaram em meio à multidão, segundo vídeos que viralizaram nas redes sociais.

"Não ao véu, não ao turbante, sim à liberdade e à igualdade!", gritaram os manifestantes em Teerã. Os protestos geraram uma onda de solidariedade internacional e manifestações de apoio em cidades como Nova York e Istambul.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta quarta-feira (21) na ONU seu apoio às "mulheres corajosas do Irã". A morte de Masha e a repressão aos protestos foram condenadas pelas Nações Unidas, Estados Unidos, França e outros países

Segundo a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo, pelo menos 31 civis foram mortos em uma repressão das forças de segurança iranianas em seis noites de violência.

(Com informações da AFP)

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