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Irã: ONU manifesta preocupação com repressão a protestos por morte de jovem

A ONU manifestou preocupação, nesta terça-feira (20), sobre a violência da repressão das autoridades do Irã contra as manifestações que acontecem em todo país, em protesto pela morte de Mahsa Amini, uma jovem detida pela polícia de costumes. 

Mulheres fogem da policía antidistúrbios durante protesto pela morte de uma jovem detida sob acusação de violar o código vestimentar do país, no centro de Teerã, no Irã. (a foto foi feita por pessoa exterior à AP)
Mulheres fogem da policía antidistúrbios durante protesto pela morte de uma jovem detida sob acusação de violar o código vestimentar do país, no centro de Teerã, no Irã. (a foto foi feita por pessoa exterior à AP) AP
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A Alta Comissária das Nações Unidas pelos Direitos Humanos interina, Nada Al-Nashif, expressou, através de comunicado, “sua preocupação diante da morte durante detenção de Mahsa Amini, presa pela ‘polícia de costumes’ iraniana durante aplicação de regras rígidas sobre o hijab”, o véu muçulmano. Al-Nashif também demonstrou apreensão sobre “a reação violenta das forças de segurança às manifestações decorrentes”, diz o comunicado do Alto Comissariado.

“A morte trágica de Mahsa Amini e as alegações de tortura e de maus-tratos devem ser investigadas de maneira rápida, imparcial e eficaz por uma autoridade competente e independente, que garanta, especialmente, que sua família tenha acesso à justiça e à verdade”, declarou Al-Nashif.

De acordo com a porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, “entre duas e cinco pessoas morreram” nas manifestações pela morte da jovem em Teerã e em outras cidades do país. Ela informou que a polícia “atirou com balas de verdade” e usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Al-Nashif também sublinhou que as leis sobre o uso obrigatório do véu são preocupantes no Irã, onde aparecer em público sem o hijab pode levar à prisão.

Polícia de costumes

Mahsa Amini tinha 22 anos e era da região do Curdistão (noroeste do país). Ela foi presa em 13 de setembro, quando visitava Teerã com a família, por “uso de roupas inapropriadas”, pela polícia de costumes. Esta unidade especial é encarregada de vigiar se o rígido código vestimentar do país é respeitado. A jovem morreu sexta-feira (16) no hospital após passar três dias em coma.

Segundo as autoridades iranianas, Amini morreu de causas naturais, mas de acordo com informações reveladas pelo Alto Comissariado, ela foi violentamente espancada e bateram sua cabeça contra um veículo da polícia.

Apoio internacional e manifestações

Vários políticos franceses, incluindo a presidente da Assembleia Nacional Yaël Braun-Pivet, manifestaram apoio às “mulheres iranianas que lutam por sua liberdade”.

“Mahsa Amini tinha 22 anos e queria somente ser livre. Hoje, ela não está mais entre nós. No Irã, a coragem é feminina. Ela é de todas as mulheres que se manifestam em nome de sua liberdade. Seu combate é nosso”, escreveu Braun-Pivet no Twitter.

Novas manifestações aconteceram no Irã, na segunda-feira, sobretudo em Teerã e Meshed, segunda cidade do país, para denunciar a morte de Amini.

De acordo com a agência iraniana Fars, no centro da capital, "centenas de pessoas gritavam frases contra as autoridades, centenas entre elas tiraram seus hijab". Um vídeo divulgado pela agência, mostra uma multidão, principalmente mulheres sem véu, gritando "morte à República Islâmica".  

"A polícia deteu várias pessoas e dispersou os manifestantes com cacetetes e gás lacrimogêneo", indicou a Fars. 

A polícia de costumes continua a negar sua responsabilidade no caso.

(Com informações da AFP)

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