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Cereais ucranianos e fertilizantes russos: um acordo será assinado nesta sexta-feira na Turquia

A Rússia e a Ucrânia assinarão, nesta sexta-feira (22), um acordo sobre exportações de grãos, anunciou a presidência turca na noite desta quinta-feira (21). O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, juntamente com representantes russos e ucranianos, participarão da cerimônia de assinatura que acontecerá no Palácio Dolmabahçe, em Istambul, acrescentou a presidência.

Acordo deve permitir uma saída pelo Mar Negro dos cereais ucranianos bloqueados pela guerra e uma flexibilização dos obstáculos à exportação de cereais e fertilizantes russos.
Acordo deve permitir uma saída pelo Mar Negro dos cereais ucranianos bloqueados pela guerra e uma flexibilização dos obstáculos à exportação de cereais e fertilizantes russos. © DADO RUVIC
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O acordo deve permitir uma saída pelo Mar Negro dos cereais ucranianos bloqueados pela guerra e uma flexibilização dos obstáculos à exportação de cereais e fertilizantes russos. Um acordo é "possível nos próximos dias", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, na manhã desta quinta-feira. "Temos esperança para os cereais. Esperamos dar boas notícias nos próximos dias", revelou, se dizendo "otimista", durante entrevista ao canal de televisão pública TRT.

Em Nova York, o vice-porta-voz da ONU, Farhan Haq, declarou que Antonio Guterres e seus dois negociadores são esperados em breve em Istambul. "O secretário-geral viajará nesta (quinta-feira à) noite para Istambul, na Turquia, como parte de seus esforços para garantir acesso total a produtos alimentícios ucranianos e alimentos e fertilizantes russos", disse ele.

O chefe da ONU está passando férias perto da Turquia e recentemente indicou que estaria pronto para abreviá-las para a assinatura de um acordo em Istambul. Para diplomatas que falaram sob condição de anonimato, um acordo deveria ter sido assinado originalmente na quarta-feira (20), depois foi adiado para esta quinta-feira, antes de ser definido para a próxima sexta-feira.

Além do chefe da ONU, Martin Griffiths, seu secretário-geral adjunto para assuntos humanitários, que cuidou da negociação sobre a saída pelo Mar Negro dos cereais ucranianos, e Rebeca Grynspan, à frente da agência ONU Unctad, sobre comércio e desenvolvimento, também estarão em Istambul, informou Farhan Haq.

Garantias de “conforto”

Rebeca Grynspan, que recentemente esteve em Moscou, foi a responsável por negociar a flexibilização das restrições que afetam indiretamente a exportação de cereais e fertilizantes russos na sequência das sanções internacionais impostas a Moscou pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

De acordo com um diplomata que pediu para não ser identificado, Washington prometeu recentemente as chamadas garantias de "conforto" para que as companhias de navegação pudessem fornecer à Rússia grandes navios para a exportação de seus grãos e fertilizantes sem se preocupar com punições.

Moscou alegou que este último só lhe permitia utilizar pequenas embarcações com capacidade insuficiente para as suas exportações. "Mesmo que os produtos [agrícolas] russos não sejam afetados pelas sanções, há bloqueios ao transporte marítimo, seguros e sistema bancário. Os Estados Unidos e a União Europeia fizeram promessas para os suspender", sublinhou o ministro turco.

Quanto aos cereais ucranianos, o acordo em negociação visa a reutilização do Mar Negro através de corredores seguros e cessar-fogo localizado nas zonas de passagem. Uma inspeção de navios comerciais, presumivelmente pela Turquia, está planejada para garantir que os navios que vão para Odessa para coletar grãos não contenham armas.

Risco de fome

A criação de um centro de coordenação está prevista em Istambul com a participação de responsáveis da ONU especializados em navegação marítima, de acordo com diplomatas. O esperado acordo entre a Ucrânia e a Rússia deve ter efeito rápido em baixar os preços, que tiveram um aumento muito forte nos últimos meses.

A crise alimentar resultante do conflito ameaça diversos países do mundo, com o risco de fome, particularmente na África Subsaariana, mas também no Líbano e no Egito.

(Com informações da AFP)

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