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Guerra na Ucrânia: atos de resistência se multiplicam e motivam russos e ucranianos

Enquanto a Ucrânia é impiedosamente atacada pelo exército russo, os atos de resistência se multiplicam dentro e fora do país. A imprensa francesa desta quarta-feira (16) destaca a coragem da jornalista russa Marina Ovsiannikova, que interrompeu a transmissão do principal jornal pró-Kremlin em Moscou para denunciar a manipulação de notícias.

Esta captura de vídeo feita em 15 de março de 2022 mostra a editora russa do Channel One, Marina Ovsyannikova, segurando um cartaz com os dizeres "Não à guerra. Não acredite na propaganda. Aqui eles estão mentindo para você" durante o estúdio de TV no ar da âncora Yekaterina Andreyeva , o noticiário noturno mais assistido da Rússia, em Moscou, em 14 de março de 2022. - Quando a âncora de notícias Yekaterina Andreyeva lançou em um item sobre as relações com Belarus, Marina Ovsyannikova, que usava um terno formal escuro, apareceu, segurando um cartaz escrito à mão dizendo "Não à guerra" em inglês.
Esta captura de vídeo feita em 15 de março de 2022 mostra a editora russa do Channel One, Marina Ovsyannikova, segurando um cartaz com os dizeres "Não à guerra. Não acredite na propaganda. Aqui eles estão mentindo para você" durante o estúdio de TV no ar da âncora Yekaterina Andreyeva , o noticiário noturno mais assistido da Rússia, em Moscou, em 14 de março de 2022. - Quando a âncora de notícias Yekaterina Andreyeva lançou em um item sobre as relações com Belarus, Marina Ovsyannikova, que usava um terno formal escuro, apareceu, segurando um cartaz escrito à mão dizendo "Não à guerra" em inglês. AFP - HANDOUT
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O que a jornalista fez foi “imenso”, diz o editorial de Libération. Ovsiannikova irrompeu na tela de milhões de telespectadores na segunda-feira (14) com cartaz escrito à mão, contra a guerra e denunciando as mentiras do governo. As imagens correram o mundo e a jornalista foi libertada com uma multa após 14 horas de interrogatório.

“A heroína das últimas 48 horas corre ainda risco de ser julgada e condenada a uma pesada pena de prisão”, acrescenta Libération. O jornal francês pondera que talvez o ato rebelde tenha sido mais visto no exterior que na própria Rússia, mas não é um ato solitário, pois jornalistas estão sendo demitidos em massa.

“Nem todas Marinas Ovsiannikova foram filmadas, mas os apelos contra a guerra são cotidianos”. Mais de 15 mil opositores já foram presos no país de Vladimir Putin, lembra o jornal francês. “Vamos celebrar essa coragem”, finaliza o editorial.

Guerra cibernética

Le Figaro fala sobre uma resistência interna especial. “Por trás da guerra de verdade, acontecem os combates da frente invisível da guerra cibernética”, diz a manchete.

A reportagem do jornal francês conversou com o vice-ministro ucraniano da Transformação Digital, Alex Bornyakov. “A longo termo, a guerra cibernética, acoplada às sanções, pode causar golpes duros à economia russa e reduzir os recursos que a Rússia pode alocar aos esforços de guerra”, explica o ministro.

Mais de 300 mil gênios da informática formam o batalhão de soldados virtuais desde o início do conflito. A maioria são ucranianos, mas há voluntários anônimos vindos dos quatro cantos do mundo, afirma Bornyakov.

Telegram

O ministro da Transformação Digital ucraniano, Mykhailo Fedorov, lançou um canal na rede Telegram, com mais de 100 mil nerds. Todos os dias, ele publica uma lista de alvos na Rússia, que os “ciberguerrilheiros” passam a atacar em seguida. As táticas dos “soldados virtuais” são compartilhadas no mesmo espaço.

Instituições financeiras, sites de propaganda e redes de televisão na Rússia já passaram por ataques de batalhões cibernéticos.

Especialistas alertavam para um “Pearl Harbor” cibernético antes da guerra, ou seja, um ataque contra alvos ucranianos pela Rússia. Moscou está por trás de uma ofensiva contra o sistema elétrico ucraniano em 2015, além de infectar a Ucrânia com o vírus NotPetya, que apaga dados.

Desde o início da guerra, os russos multiplicaram os ataques”, diz o vice-ministro da Transformação Digital, Alex Bornyakov. “Mas estávamos preparados, tomamos medidas de precaução, reforçamos as defesas”.

Recrutado às pressas, o exército ucraniano cibernético não tem ainda estatuto oficial, mas a Ucrânia já pensa em profissionalizar e remunerar os voluntários virtuais.

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