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Presidente ucraniano aceita negociar com Rússia, desde que não seja em Belarus

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse neste domingo (27) que seu país está disposto a dialogar com a Rússia, mas rejeitou que as negociações aconteçam em Belarus, de acordo com uma proposta feita pelo porta-voz do Kremlin. "Varsóvia, Bratislava, Budapeste, Istambul, Baku ou qualquer outra cidade em um país de onde não nos lancem mísseis está bom para nós", disse o presidente, de 44 anos, em um vídeo publicado online. 

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky durante uma intervenção gravada em vídeo em 25 de fevereiro de 2022.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky durante uma intervenção gravada em vídeo em 25 de fevereiro de 2022. © REUTERS/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SE
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O vídeo de Zelensky foi divulgado logo depois que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse às agências de notícias russas que Moscou havia enviado uma delegação para negociações em Gomel, uma cidade situada no sudeste de Belarus, perto das fronteiras da Rússia e da Ucrânia.

Uma delegação de representantes dos "Ministérios das Relações Exteriores, Defesa e outros serviços, entre eles a administração presidencial, chegou a Belarus para negociações com os ucranianos", disse Peskov. "Estaremos prontos para começar essas negociações em Gomel", acrescentou.

O presidente Vladimir Putin pronunciou, por sua vez, um discurso transmitido pela televisão, agradecendo às forças ucranianas. "Especial gratidão àqueles que, nestes dias, estão cumprindo heroicamente seu dever militar no desenvolvimento de uma operação especial para oferecer assistência à população das repúblicas de Donbass", disse o líder russo.

Denunciando um "genocídio" em áreas rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia, Putin decidiu na quinta-feira (24) atacar o país vizinho pelo norte, sul e leste, que enfrenta forte resistência.Até o momento, a ofensiva custou a vida de cerca de 200 civis e provocou condenação e sanções internacionais contra a Rússia.

Moscou exige a rendição das forças ucranianas e quer depor seu governo pró-Ocidente para que o território seja "neutro", condições consideradas inaceitáveis por Kiev.

Famílias deixam a Ucrânia em direção à Polônia.
Famílias deixam a Ucrânia em direção à Polônia. REUTERS - KACPER PEMPEL

Ajuda internacional

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenksy, elogiou, neste domingo (27), a formação de uma "coalizão" internacional de países que oferecem ajuda à Ucrânia, no quarto dia da invasão russa de seu país. "Recebemos armas, medicamentos, comida, combustível, dinheiro. Uma coalizão internacional forte foi formada para apoiar a Ucrânia, uma coalizão contra a guerra", disse Zelensky em um vídeo postado nas redes sociais.

O conflito entre Rússia e Ucrânia pode durar "vários anos", e o mundo deve estar preparado para que Moscou "busque usar armas ainda piores", advertiu a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, neste domingo.

"Temo que isso vá ser longo, que possa durar vários anos. A Rússia tem armas fortes, e sabemos que os ucranianos são corajosos, estão determinados a defender sua soberania e integridade territorial, estão determinados a lutar", disse Truss à rede Sky News.

Exclusão da Rússia do sistema financeiro global

Os países ocidentais concordaram, no sábado (26) à noite, em adotar novas sanções financeiras contra Moscou após a invasão da Ucrânia. Entre eles, a exclusão de muitos bancos russos da plataforma interbancária Swift, uma engrenagem essencial nas finanças globais.

A medida foi tomada em conjunto pelos Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Canadá, Itália e pela Comissão Europeia.

Em nota à imprensa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu. "Estamos comprometidos em cortar vários bancos russos do Swift, o que levará à sua desconexão do sistema financeiro internacional, para "enfraquecer a capacidade de Putin de financiar sua máquina de guerra".

Com a exclusão de Swift, os bancos russos não poderão mais "realizar a maioria de suas transações financeiras globais". “Portanto, as importações e exportações russas serão bloqueadas”, explicou ela.

(Com informações da AFP)

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