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Após EUA, vários países se mobilizam em boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim

Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia seguiram os passos dos Estados Unidos e anunciaram que também vão participar do “boicote diplomático” aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, previstos para fevereiro. Os países acusam a China de violar os direitos humanos.

Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim estão sendo boicotados pela comunidade internacional
Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim estão sendo boicotados pela comunidade internacional AP - Ng Han Guan
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Desde que os Estados Unidos anunciaram, na segunda-feira (6), que não enviarão nenhum diplomata aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, aumenta a lista de países que decidiram boicotar o evento.

Na terça-feira a Nova Zelândia seguiu os passos do governo norte-americano. O ministro dos Esportes, Grant Robertson declarou que nenhum membro do governo da primeira-ministra Jacinda Ardern assistiria os Jogos. 

Nesta quarta-feira a Austrália informou que não enviará representantes oficiais ao evento. O governo australiano se uniu à iniciativa alegando uma série de divergências com Pequim e a situação dos direitos humanos no país comunista. "A Austrália não se desviará de uma posição forte na defesa dos nossos interesses e, obviamente, não é surpresa que não enviaremos representantes australianos para estes Jogos", disse o primeiro-ministro Scott Morrison.

Logo em seguida a Escócia e o Reino Unido anunciaram que não pretendem enviar representantes políticos aos Jogos Olímpicos de Inverno, alegando as mesmas razões que Washington e Camberra. No entanto, o primeiro-ministro Boris Johnson preferiu evitar o termo “boicote diplomático”. "Como eu disse anteriormente, não apoitamos os boicotes esportivos, mas não há planos para (...) que os ministros compareçam aos Jogos Olímpicos de Inverno", afirmou o premiê britânico no Parlamento.

Horas após o anúncio do Reino Unido, o Canadá se juntou à iniciativa. "Estamos profundamente preocupados com as violações dos direitos humanos pelo governo chinês", declarou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em uma entrevista coletiva na qual anunciou que seu país estava aderindo ao boicote diplomático aos Jogos de Inverno.

Antes mesmo dos Estados Unidos, o governo da Lituânia havia informado que não participaria do evento chinês. Vilnius e Pequim têm relações tensas de que o governo lituano afirmou que aceitaria a criação de uma embaixada de Taiwan em seu território e que instalaria uma representação diplomática em Taipé.. 

Os países ocientais contestam a política de Pequim sobre os direitos humanos e, principalmente, o tratamento dado aos uigures. Várias ONGs acusam a China de ter internado pelo menos um milhão de pessoas dessa minoria muçulmana na região de Xinjiang em "campos de reeducação". As autoridades chinesas denunciam sistematicamente a "interferência" dos ocidentais que condenam esta situação, afirmando que são "centros de formação profissional" para apoiar o emprego e combater o extremismo religioso.

"Ninguém se importa se eles vêm ou não", disse governo chinês

O boicote dos países ocidentais não impedirá que seus atletas participem dos Jogos, que começam no dia 4 de fevereiro, mas fará com que nenhum representante oficial esteja presente, em um ato simbólico forte.

"Ninguém se importa se eles vêm ou não", disse Wang Wenbin, um porta-voz da diplomacia chinesa. "Suas manobras políticas e pequenos truques não vão mudar em nada o sucesso dos Jogos Olímpicos", acrescentou.

Apesar das declarações, o levante ocidental irritou Pequim, principalmente após Washington anunciar a medida. "Estados Unidos pagarão o preço por suas decisões equivocadas", declarou na terça-feira o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.

(Com informações da AFP)

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