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Chanceler da Rússia e secretário de Estado dos EUA se reúnem pela 1ª vez desde posse de Biden

Os chanceleres dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram pela primeira vez nesta quarta-feira (19) desde a posse do presidente americano, Joe Biden, em janeiro. O objetivo do encontro de quase duas horas em Reykjavik, capital da Islândia, à margem do Conselho Ártico, que termina nesta quinta-feira (20), era abrir o caminho para uma provável cúpula entres os presidentes americano, Biden, e russo, Vladimir Putin.

O chanceler russo Serguei Lavrov, sem máscara, cumprimenta Antony Blinken, secretário de Estado americano, durante cúpula do Ártico, na Finlândia
O chanceler russo Serguei Lavrov, sem máscara, cumprimenta Antony Blinken, secretário de Estado americano, durante cúpula do Ártico, na Finlândia AP - Saul Loeb
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O experiente ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, elogiou o diálogo "construtivo" com o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken. Ambos declararam estarem dispostos a cooperar, embora tenham feito alertas sobre o "abismo" existente entre os dois países.

A Rússia e os Estados Unidos "entendem a necessidade de pôr um fim ao clima nocivo que se formou nas relações entre Moscou e Washington nos últimos anos", afirmou Lavrov, citado pela agência russa RIA Novosti.

Apesar das inúmeras "divergências", "nossa visão é que se os líderes da Rússia e dos Estados Unidos puderem trabalhar cooperativamente" diante de desafios comuns, o mundo estará mais seguro", declarou Blinken no início da reunião a portas fechadas, pedindo uma relação "estável e previsível". "Mas se a Rússia se comportar agressivamente contra nós, nossos parceiros ou nossos aliados, responderemos", advertiu Blinken.

Durante a reunião, Blinken expressou sua "profunda preocupação" com o envio de tropas russas à Ucrânia e perto da fronteira com este país, com a saúde do oponente russo Alexei Navalny e com a "repressão às organizações da oposição".

Uma cúpula entre Joe Biden e Vladimir Putin pode ser realizada em breve, de acordo com Moscou e Washington, mas a data e o local ainda não foram oficialmente definidos. Um encontro pode ser planejado em junho, quando a cúpula do G7 e a reunião dos líderes da Otan também estão planejadas, que se acredita representem uma frente única anti-Moscou.

"Estamos prontos para falar sobre todos os tipos de tópicos, sem exceção, desde que o diálogo seja honesto e se baseie no respeito mútuo", respondeu Lavrov.

Tensões

Antes do encontro presencial na Islândia, à margem do Conselho Ártico, que também começou nesta quarta-feira e reúne oito países da região (Estados Unidos, Rússia, Islândia, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega), Washington deu sinais de que estava disposto a aliviar as tensões.

Semanas depois de ameaçar aplicar sanções contra o polêmico gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, a administração de Biden finalmente decidiu não sancionar a principal empresa envolvida no projeto, a Nord Stream AG, e seu diretor executivo. As sanções serão contra outras entidades.

Desta forma, o presidente americano quer se "esquivar" das críticas da Alemanha, que indiretamente favorece Moscou. A decisão causou descontentamento entre os republicanos, mas também do lado democrata e equivale a deixar o caminho livre para a construção do gasoduto, mal visto pelos Estados Unidos.

Desde que chegou à Casa Branca em janeiro, o presidente Biden tem sido muito firme diante da Rússia de Putin, a quem passou a chamar de "assassino", para marcar o rompimento com seu antecessor Donald Trump, acusado de ser tolerante com o Kremlin. Moscou e Washington se acusaram mutuamente e impuseram sanções desde o início do mandato democrata. Mas, agora, os dois países dizem que estão buscando um apaziguamento.

Com esse objetivo, Biden e Putin querem realizar uma primeira cúpula em junho em um país europeu. Nesse mesmo mês acontecerá a cúpula do G7 e a reunião dos líderes da Otan, que deve mostrar uma frente unida contra Moscou. Blinken confirmou na terça-feira (18) que espera que o encontro dos presidentes ocorra "nas próximas semanas".

(Com informações da AFP)   

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